Durante pronunciamentos feitos na sessão desta segunda-feira, 7, a procuradora da Mulher, vereadora Bárbara Soeiro (PSC), e os colegas vereadores Sá Marques (PHS), Gutemberg Araújo (PRTB) e Honorato Fernandes (PT) demostraram suas indignações em relação à saúde no Estado do Maranhão, principalmente, a respeito do Hospital Adenora Bello, que enfrenta sérias dificuldades financeiras para dar continuidade ao tratamento de câncer dos pacientes de várias cidades maranhenses.
A primeira a se manifestar da tribuna, foi Bárbara Soeiro, que alertou os seus colegas sobre a necessidade da união de esforços para ajudar o Aldenora Bello, hospital de referência no tratamento do câncer, no Maranhão.
Segundo informações da direção da unidade de saúde, a previsão que o hospital tem para o ano de 2019 é de 3,5 mil novos casos de câncer no estado. Como a demanda de atendimento só tem aumentado, o hospital precisa de reforço financeiro para continuar fazendo o adequado tratamento dos pacientes que chegam de várias cidades maranhenses.
“Eu, como procuradora da Mulher da Câmara Municipal de São Luís, visitei na manhã de hoje, o Hospital Aldenora Bello, onde conversei e observei o quanto aquele hospital necessita do apoio de todos nós, para continuar atendendo os pacientes que fazem tratamento contra o câncer. Fui até lá para somar, para trabalhar na Campanha ‘Outubro Rosa’ de combate ao câncer de mama. Mas, não podemos focar somente na questão da mulher, porque, no próximo mês, tem a campanha ‘Novembro Azul’, para alertar sobre o câncer de próstata. Nós não podemos deixar o Hospital Aldenora Bello parar”, alertou Bárbara Soeiro.
Ela afirmou que está destinando uma emenda de R$ 100 mil para ajudar o Aldenora Bello. “Sei que é pouco, mas, se nós estivermos juntos, com cada um fazendo a sua parte, nós veremos dias melhores. Nós precisamos reverter esse quadro do Hospital Aldenora Bello, que é referência no tratamento de câncer no nosso Estado”, ressaltou Bárbara.
No início da sua fala, o vereador Sá Marques lembrou que, no ano passado, foi noticiado que o serviço de Pronto Atendimento do Aldenora Bello ia fechar, por falta de condições financeiras para continuar o atendimento dos pacientes que, diariamente, procuram aquele hospital. Diante disso, procurou a direção do hospital que teria lhe confirmado a notícia.
“Ocorre que, no mesmo dia, após visita de autoridades do Estado ao hospital, o diretor disse que não havia crise no Aldenora Bello. Resumindo: fiquei com ‘cara de tacho’, pois fui desmentido pelo próprio diretor do hospital, que tinha me falado pela manhã que o serviço ia parar”, afirmou Sá Marques, enfatizando que a situação é triste. “A população está morrendo, por que não tem leito, não tem UTI. A população precisa de saúde”, finalizou o parlamentar.
Situação temerária
Ao enfatizar que o Hospital Aldenora Bello tem uma grande importância, visto que, atende pacientes de várias regiões maranhenses, o vereador Dr. Gutemberg Araújo acentuou que aquele hospital enfrenta os mesmos problemas das unidades de saúde do país.
“Os dois entes responsáveis pelo financiamento do Aldenora Bello – estado e município – estão cumprindo com as suas obrigações. O problema é mais em cima. As emendas e as doações são fantásticas, só que não vai resolver, porque o problema desse país é o financiamento da saúde e gestão. O Aldenora Bello passa pelo mesmo problema que a Maternidade Maria do Amparo passa, por exemplo. A situação é realmente temerária. A saúde é uma situação que preocupa a todos nós. Não quero ser pessimista, mas não vejo, em pouco tempo, condições reais para que a saúde possa melhorar no Brasil”, disse Gutemberg Araújo.
Honorato Fernandes lembrou que a situação do Aldenora Bello é antiga e que a direção, junto com outras instituições, fazem campanhas com o intuito de arrecadar recursos para manter aquele hospital. “A direção do hospital está fazendo o que pode porque o Estado deixou de fazer o seu papel. É dever de todos nós, mas é, acima de tudo, obrigação do Estado”, ressaltou o parlamentar.
Em aparte, o vereador Beto Castro (PROS) destacou o pleno funcionamento das UPAS em todo o Maranhão, quando da gestão do então secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad. “Naquela época, as pessoas deixavam de ir ao hospital particular, porque sabiam do excelente atendimento nas UPAS. Mas, hoje, a situação é crítica, onde, os próprios funcionários compram os insumos para poder atender os pacientes. Nós entendemos que as campanhas são essenciais, mas, mais essencial é a vida. Ou nós damos o ponta-pé inicial para fazer a coisa certa ou ainda vai ter muita gente chorando pela falta dos seus”, frisou Beto Castro.