Durante o evento, serão expostos dados recentes e propostas soluções para os desafios vivenciados por essa comunidade.
No mês de junho, comemorado internacionalmente como mês do orgulho LGBT, a Câmara de São Luís irá promover um painel de discussão sobre a política LGBTQIA+.
O evento é de autoria do Coletivo Nós (PT) e tem o objetivo de ampliar a visibilidade das populações de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queers, intersexuais, dentre outras, fomentando políticas públicas que garantam direitos.
“O Coletivo Nós entende que é fundamental essa discussão, e, por isso, temos que pautar políticas públicas e sociais de emancipação, de enfrentamento à violência e, sobretudo, de extinção do preconceito para essa população, que, historicamente, viveu sem visibilidade”, afirmou o co-vereador Jhonatan Soares.
Momento de debate
Durante o painel, serão expostos os dados mais recentes acerca da população LGBTQIA+, bem como proposição de soluções para os desafios vivenciados por essa comunidade nos mais variados âmbitos, como educação, saúde e mercado de trabalho.
“Nossa sociedade ainda é extremamente misógina, homofóbica e machista, e é cada vez mais necessário que a gente crie mecanismos para discutir e solucionar essas problemáticas”, aponta o co-vereador Jhonatan.
História de luta contra o preconceito
Ao longo da história, as orientações sexuais que divergem da norma socialmente estabelecida foram alvo de preconceito, marginalização e extermínio. No mundo ocidental, a história recente demonstra como a homossexualidade vem sendo encarada, revelando a complexidade da questão. Por mais de 40 anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a homossexualidade como transtorno mental, tendo declarando, apenas em maio de 1990, que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
Essa nova postura passou a valer como premissa para os países-membros das Nações Unidas somente em 1993, encerrando um ciclo de quase 2 mil anos nos quais a homossexualidade foi tida, primeiro, como pecado, depois, como crime e, por último, como doença.
Violência
De acordo com o Relatório ‘Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+’, no Brasil, em 2020, 237 LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia: 224 homicídios (94,5%) e 13 suicídios (5,5%).
No Brasil, os casos de violência contra a população LGBT chamam a atenção: pelo 12º ano consecutivo, o país é considerado o que mais mata transexuais no mundo. A ausência de políticas mais rígidas para punição dos assassinos, bem como mecanismos sociais que marginalizam a comunidade, podem explicar os números assustadores.
Conheça a história do mês do orgulho LGBT
O mês de junho, em que será realizado o painel, é um marco internacional de celebração dos direitos conquistados pela população LGBT, como também um lembrete dos desafios que precisam ser contornados.
A comemoração se dá em alusão à Rebelião de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969, nos Estados Unidos, quando frequentadores do bar Stonewall Inn – muito popular entre a comunidade LGBT nos anos 60, em Nova York – atearam objetos na polícia e atearam fogo.
O confronto se deu a partir do dia 28 de junho, quando policiais resolveram invadir o bar e prender vários frequentadores, em especial travestis e drag queens porque usavam roupas do sexo oposto. Ser gay era crime em boa parte dos Estados Unidos.
Nos 5 dias seguintes, milhares de pessoas se reuniram na frente do bar Stonewall para protestar contra a violência contra a comunidade LGBT+, dando início ao mês e ao Dia Internacional do Orgulho LGBT.