O termo ‘Saúde mental’ é usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional
O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado anualmente em 10 de outubro. A comemoração foi instituída no ano de 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental, com o intuito de sensibilizar e promover a importância da saúde mental para os indivíduos.
Pelas definições da Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo desenvolve suas habilidades pessoais, consegue lidar com os estresses da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a dar sua contribuição para sua comunidade, além de ser capaz de harmonizar suas ideias e emoções. O termo é usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional.
O psicólogo da Câmara Municipal de São Luís, Ruan Ferreira, comenta que a saúde deve ser trabalhada de forma integral. “Partimos de uma definição de saúde ampliada, então devemos considerar as diferentes dimensões da saúde: o ser humano em seus aspectos biológico, social e psíquico. Em todas essas dimensões existem formas de cuidado que são relevantes e devem ser levadas em conta”, disse.
De acordo com o psicólogo, os cuidados em saúde mental devem ser realizados com base na comunidade. “Quando falamos em promoção à saúde, falamos de um empreendimento coletivo e social. É claro que existem cuidados individuais: você pode respeitar o seu tempo de descanso, praticar exercícios físicos, ter uma boa alimentação, procurar atendimento de profissionais da saúde mental, etc. Mas há também fatores sociais, políticos e econômicos que impactam a nossa saúde e que também devem ser postos em foco”, ressaltou.
Um cenário que impactou negativamente, e ainda impacta, a saúde mental das pessoas foi o da pandemia, causada pelo coronavírus. Segundo Ruan Ferreira, a pandemia é o que vivenciamos ainda hoje, os efeitos são sentidos agora, mas também serão sentidos ao longo do tempo. “Creio que as pesquisas têm muito a mostrar ainda sobre esse processo. Há, por exemplo, indicação de que os trabalhadores dos serviços essenciais tenham sofrido de ansiedade e depressão por conta da pandemia. Também devemos considerar que a pandemia impactou a sociedade de várias formas, acentuando desigualdades e problemas sociais que já existiam.”, acrescentou.
Projetos de Lei
Abordando esta temática, tramita na Câmara Municipal de São Luís dois Projetos de Lei que pretendem promover a saúde mental da população ludovicense.
O PL nº 199/21, elaborado por Edson Gaguinho (DEM), propõe a criação do Programa Mente Saudável, com o objetivo de promoção da saúde mental e atenção aos problemas psicológicos decorrentes da pandemia da Covid-19.
Conforme a proposição, o programa será gratuito e oferecido por meio de plataforma virtual com acesso via internet.
Para o democrata, o projeto é mais uma via para garantir a saúde mental da população. “A implementação de um projeto que vise o tratamento de transtornos psicológicos é importante para que o município reforce seu papel de promover o direito fundamental ao acesso à saúde pública e, especificamente, a saúde mental. Vale ressaltar que o presente projeto de lei, tratando de um serviço essencial e de saúde, busca promover o atendimento psicológico por meio remoto, haja vista a limitações inerentes às regras de isolamento social decorrente da pandemia da COVID – 19”, disse.
Já o PL 225/21, da vereadora Karla Sarney (PSD), visa implantar o Programa Municipal de Saúde Mental Preventiva para Professores e Professoras da Rede Municipal de Educação do Município. O projeto consiste na prevenção do estresse, fadiga, síndrome do pânico e depressão potencializada pela ação docente, por meio de campanhas informativas, formativas e de orientação sobre doenças mentais associadas ao ambiente de trabalho.
A parlamentar informou que a profissão de docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das mais estressantes, pois ensinar se tornou uma atividade desgastante, com repercussões evidentes na saúde física, mental e no desempenho profissional.
“Independente do nível de ensino e instituição em que os professores atuam, existem repercussões negativas na saúde destes profissionais que podem ser causadas pelo intenso envolvimento emocional com os problemas dos alunos, a desvalorização social do trabalho, as classes numerosas, a inexistência de tempo para descanso e lazer e a extensa jornada de trabalho. A profissão de professor tem muitas consequências para o futuro da nossa sociedade, por isso devemos, antes de tudo, valorizar os nossos mestres, educadores e professores”, concluiu.