Evento foi realizado com mediação da servidora Karoline Rocha e participação da advogada Priscyla Freitas
Ocorreu na noite dessa quarta-feira, 09, no perfil “@camaraslz” do Instagram, uma live com a advogada e chefe do Departamento de Monitoramento e Avaliação da Secretaria Estadual da Mulher, Priscyla Freitas, sobre “As diversas faces da violência contra as mulheres: precisamos falar sobre isso”.
A live compõe a programação especial da Câmara Municipal de São Luís em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado na última terça-feira, 08 de março, data que marca as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos, segundo a mediadora do evento, a servidora Karoline Rocha.
“A mulher deixou um papel de coadjuvante e passou ocupar o papel de protagonista na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades. No entanto, persistem alguns obstáculos, sendo um deles a violência”, iniciou Karoline.
Violência Contra a Mulher – A convidada, Priscyla Freitas, explicou durante a transmissão que a violência contra a mulher é um fenômeno complexo, pois ocorre em diferentes aspectos. Em resumo, a especialista a define como uma grave violação dos diretos humanos.
“Basta que um direito humano seja violado para que toda a sociedade seja desrespeitada, daí a importância de identificarmos, por exemplo, quais são esses tipos de violência que a mulher vem sofrendo. A Lei Maria da Penha já a qualifica, em seu artigo 7º, como violência física, moral, patrimonial ou psicológica”, frisou.
Pandemia – Assim como em diversos contextos, a pandemia da Covid-19 agravou os índices de violência contra a mulher, diz Priscyla. No Maranhão, por exemplo, foram registrados 48 casos antes do início da pandemia, saltando para 60, em 2020, e 57, em 2021. Essa média no aumento dos casos ficou em 27%, porém, em alguns estados esse valor ficou em até 40%.
“É importante que a mulher perceba o contexto no qual está inserida. Muitas das vezes ela sofre todos aqueles tipos de violência, mas ela acaba por naturalizar, pois pertencemos a uma sociedade patriarcal, machista que naturaliza certos tipos de comportamento”, afirmou Priscyla.
Rompendo o ciclo – A mulher leva em média sete anos para romper o ciclo de um relacionamento abusivo. Nesse momento, declarou a convidada, a sociedade tem um papel fundamental de acolher a vítima, atuando na orientação para que ela busque apoio e justiça, e evitando, principalmente, que ela seja revitimizada.
“A educação talvez seja o primeiro passo no combate a esse tipo de violência é importante que a família, lado a lado com as escolas atuem nesse sentido. Outro ponto importante é que todos saibam qual o seu papel nessa rede de enfrentamento que ora é repressivo, ora é preventivo”, concluiu
Medidas – Existem hoje no estado várias medidas que resguardam as mulheres vítimas de violência como do Disque 180 ou 190, existe ainda a Ouvidoria da Mulher, órgão da Secretaria da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira e o Boletim Online para os casos onde não há necessidade do exame de corpo de delito.
A chefe do Departamento de Monitoramento e Avaliação destacou também ações como o aplicativo Salve Maria, as patrulhas Maria da Penha, o aluguel social Maria da Penha, as delegacias da mulher e a Casa da Mulher Maranhense que hoje atuam no interior do estado.