Episódio ocorreu no último fim de semana, quando os brincantes foram retirados do Mercado da Tulhas
O Coletivo Nós (PT), representado pelo co-vereador Jhonatan Soares, repudiou, na manhã desta segunda-feira, 25, uma ação da polícia militar contra um grupo de tambor de crioula no último fim de semana, no Mercado das Tulhas.
Jhonatan explicou que existe uma suspensão de que as atividades ocorram no interior do espaço. No entanto, disse que há também um processo de diálogo entre os brincantes e o Ministério Público.
O co-vereador lamentou que ação tenha partido da Prefeitura de São Luís e, em seguida, a resposta da secretaria competente. Ele reforçou que tais grupos são patrimônio imaterial da humanidade e que, portanto, devem ser tratados com respeito. Para ele, a ação remete à censura do período militar.
“É muito amadorismo! Quando a Unesco declarou o tambor de crioula patrimônio imaterial da humanidade, isso trouxe para o nosso Estado a obrigação de realizar políticas públicas de proteção, valorização e disseminação”, declarou Jhonatan Soares.
Intolerância Religiosa – Durante o discurso, o co-vereador também abordou um caso de intolerância religiosa que teria acontecido na Casa Fanti Ashanti ontem (24). Ele lembrou que a Casa foi fundada pelo falecido pai Euclides e é o espaço mais antigo de candomblé no estado do Maranhão.
Segundo Jhonatan, ontem uma igreja neopentecostal, cuja sede é localizada em frente à Casa Fanti Ashanti, entendeu que deveria realizar “uma manifestação como se estivesse expulsando os demônios dizendo que na Casa Fanti Ashanti existe a presença do demônio”.
Ele complementou o discurso ao dar a opinião do Coletivo Nós sobre a situação. “Isto é muito sério! Isto é muito grave! Todas as denominações religiosas merecem respeito. Nós vamos tomar as providências”, assinalou.
Cuidadores escolares – O co-vereador Jhonatan Soares também registrou a presença de cuidadores escolares que encontravam na galeria da Câmara de São Luís enquanto aguardavam o destino dado pelo plenário ao PL 035/22, de autoria do vereador Marcial Lima (Podemos).
“Os trabalhadores do nosso Município estão fazendo um pedido de socorro e um clamor por respeito para a gestão municipal. Sempre estaremos ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras. A causa é nossa e, sendo nossa, contem conosco para o que for necessário nas lutas trabalhistas e nas lutas por melhores condições salariais, de serviço e de carga horária para que possamos dar a quem cuida da nossa população o que é justo”, disse Jhonatan.
Vale registrar que o PL 035/22 estabelece jornada semanal de 30 horas para os servidores dos cargos de cuidador escolar, transcritores, adaptadores, revisores em braile e monitor de transporte escolar do município de São Luís. A proposição foi aprovada em redação final, após pedido de votação em caráter de urgência urgentíssima feito pelo autor, e segue para sanção do Executivo.
Profissionais do Magistério – Durante o discurso, Jhonatan Soares também anunciou que os professores da rede municipal de ensino estavam em passeata com destino ao Legislativo Municipal para obter uma reunião com parlamentares. Na ocasião, o co-vereador também comentou a proposta de reajuste salarial realizada pela Prefeitura de São Luís à categoria.
“Desde o dia 18 os professores do Município estão em greve. Desde quando o prefeito Eduardo Braide assumiu a gestão, o Sindicato já anunciava que era necessário conversar, dialogar e ter uma mesa de negociação para resolver a questão dos professores do município de São Luís. A proposta que o prefeito Eduardo Braide está oferecendo aos professores é, no mínimo, vergonhosa, porque o reajuste propõe 33%. As perdas salariais dos professores do Município passam 36%. Então, oferecer 10% de reajuste aos professores, no mínimo, é uma vergonha”, avaliou.