A atividade faz alusão ao Setembro Lilás, campanha mundial de conscientização sobre o Alzheimer
Texto: Leandro Ferreira
A Câmara Municipal de São Luís realizou na manhã desta terça-feira (24) duas atividades com o objetivo de debater mecanismos de conscientização e prevenção do Alzheimer. As atividades foram promovidas pelo Departamento Médico de Assistência aos Servidores e faz alusão ao Setembro Lilás, campanha mundial dedicada a abordar a doença.
O encontro foi conduzido pela assistente social da Câmara de São Luís, Marluce Soares Teixeira, e contou com a participação da nutricionista Ericka Belfort e da psicóloga Ana Lúcia Azoubel, vice-presidente da Abraz – Associação Brasileira de Alzheimer.
Palestra
No primeiro momento de atividades, Ericka Belfort ministrou uma palestra sobre a relação entre nutrição e a doença do Alzheimer. A nutricionista destacou que estudos científicos apontam que uma alimentação saudável e balanceada pode desempenhar um papel importante na prevenção e controle dos sintomas.
Ericka Belfort explicou que o Alzheimer é uma doença complexa e a questão genética é uma das causas envolvidas, mas ressaltou que é apenas um dos fatores que contribuem para o seu desenvolvimento – qualquer pessoa pode ser acometida pela doença.
Entre os fatores de riscos relacionados estão a hipertensão, diabetes, colesterol alto e doenças cardíacas, enfermidades que podem ser prevenidas justamente adotando uma alimentação balanceada e saudável. A nutricionista destacou também que a falta da prática de atividades físicas está associada a um maior risco de ter o Alzheimer.
“O casamento perfeito é a alimentação saudável e atividade física. E uma alimentação saudável é algo simples, é o arroz com feijão, a carne, o ovo, alface, um tomatinho, cheiro verde e uma cebolinha que você tem no prato de cada dia, tudo isso é uma alimentação saudável. É você deixar aqueles fast foods e os embutidos, que a maioria tem muito sal, muito açúcar, adição de corantes, acidulantes, que são um pouco maléficos para a nossa saúde. Combatendo a doença de Alzheimer nós estamos combatendo várias outras coisas”, disse Ericka Belfort.
Ainda segundo a nutricionista, as mulheres são afetadas com maior frequência pelo Alzheimer do que os homens. Algumas das possíveis causas estão relacionadas a fatores hormonais e a longevidade. As mulheres vivem mais do que os homens, o que as expõe por mais tempo aos fatores de risco para o Alzheimer. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2020, as mulheres vivem em média sete anos a mais que os homens.
Roda de Conversa
O evento em alusão ao Setembro Lilás seguiu por meio de uma roda de conversa ministrada por Ana Lúcia Azoubel. Durante o bate papo, a psicóloga explicou que as atividades cognitivas (exercícios que visam estimular diferentes funções do cérebro) também desempenham uma função importante na prevenção do Alzheimer.
“As atividades cognitivas são importantes assim como as atividades físicas. A leitura, por exemplo, é fundamental em todos os sentidos, é a atividade completa para estimular a memória (e o cérebro). Só que se você lê só a mesma coisa todo o tempo não vai fazer nada de interessante para o cérebro, é preciso ler vários textos e vários livros diferentes, até mesmo a leitura de uma música faz a diferença”, disse Ana Azoubel.
A psicóloga acrescentou que é necessário ficar atento aos sinais e sintomas, pois o diagnóstico precoce é fundamental para que se possa iniciar um tratamento adequado, permitindo uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Entendendo a doença
O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que causa a deterioração da memória, do pensamento e das habilidades sociais. A doença ocorre quando as células nervosas no cérebro morrem e se formam placas e emaranhados que interferem na comunicação entre as células.
Entre os sintomas estão dificuldade de memória, raciocínio e compreensão, confusão mental, problemas de linguagem, alterações de humor ou personalidade, afastamento de amigos e familiares e problemas para entender imagens.
Nos estágios avançados do Alzheimer, o paciente pode depender totalmente da ajuda de outras pessoas para realizar atividades básicas. Como não existe cura, os tratamentos ajudam a retardar a progressão da doença.
É a forma mais comum de demência em pessoas idosas. No Brasil, a doença afeta cerca de 1,2 milhão de pessoas e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.