Em discurso, mandato coletivo cobrou transparência na gestão educacional após denúncias graves em São Benedito do Rio Preto.
Texto: Acsa Serafim
Na sessão ordinária desta segunda-feira (4), o covereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), usou a tribuna da Câmara Municipal de São Luís para abordar dois temas amplamente difundidos a nível nacional: a condenação histórica dos assassinos de Marielle Franco e as recentes denúncias de má gestão de recursos educacionais no Maranhão.
Justiça
Jhonatan Soares iniciou seu discurso lembrando a importância do julgamento dos ex-policiais militares envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. “Marielle era uma parlamentar eleita para representar sua população. Poderia ter sido qualquer outro político, mas foi uma mulher preta, lésbica, favelada, de esquerda”, enfatizou. Ele destacou que a violência política enfrentada por mulheres, especialmente negras e LGBTQIA+, continua sendo um desafio no Brasil.
O julgamento, que resultou em penas de 78 e 59 anos para os acusados, foi considerado um marco para a Justiça brasileira. “A juíza que proferiu a sentença destacou que a justiça pode ser lenta, mas ela chega, inclusive para quem acha que nunca será punido”, ressaltou Jhonatan. Ele lembrou que as investigações ainda não terminaram, e os mandantes do crime, incluindo um deputado federal, começarão a ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal ainda este ano.
Desvios de recursos da Educação
Em seguida, o covereador trouxe à discussão a grave situação exposta pelo programa Fantástico na cidade de São Benedito do Rio Preto, onde milhões de reais em recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) não foram corretamente aplicados na educação. “Quando o Maranhão aparece em rede nacional, sempre ficamos na expectativa: será algo positivo? Infelizmente, não foi”, lamentou.
Jhonatan parabenizou a atuação do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Tribunal de Contas da União (TCU) na fiscalização, defendendo a responsabilização severa dos gestores envolvidos. Como exemplo positivo, mencionou o município de Vargem Grande, onde os investimentos em infraestrutura escolar e alimentação comunitária transformaram a educação, resultando no melhor IDEB do estado.
O covereador concluiu seu discurso cobrando melhorias na gestão educacional de São Luís. “Por que temos escolas em condições precárias se o município recebe milhões em recursos? Em quatro anos, só conseguimos construir uma escola de ensino fundamental. Precisamos fortalecer a fiscalização do Poder Executivo e garantir que esse dinheiro beneficie as crianças de São Luís”, afirmou.