Pedido de providências foi direcionado ao prefeito Eduardo Braide, com cópia ao secretário Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), Diego Rodrigues
Texto: Isaías Rocha
O vereador Astro de Ogum (PCdoB) protocolou pedido na Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Luís (CMSL), solicitou ao município, informações acerca da situação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), quanto ao estado e armazenamento e, os custos atuais com aluguel do local para mantê-lo sem riscos.
O requerimento de número 1449/2023, que foi encaminhado na sessão da última segunda-feira, 27, solicita ainda os valores mensais e o total dos últimos quatro anos. O prazo para a prestação das informações é de 15 dias úteis.
De acordo com o parlamentar, o objetivo é averiguar as condições do VLT para buscar informações sobre a possibilidade de dar uma utilidade ao modal de transporte adquirido durante a gestão do ex-prefeito João Castelo.
“A solicitação é pertinente, pois ninguém nunca mais falou sobre isso. Havia condições de colocá-lo a serviço do povo. Precisamos avaliar essa questão para dar utilidade a esse equipamento”, destacou Astro de Ogum.
O pedido de providências foi direcionado ao prefeito Eduardo Braide (PSD), com cópia ao secretário Diego Rodrigues, titular da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), para analisar a possibilidade do envio das informações.
Com a leitura da matéria em plenário, a Mesa Diretora da Casa enviou ofícios ao órgão responsável visando atender ao pedido do parlamentar junto aos usuários do sistema de transporte da capital.
Há 11 anos sem utilização
O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) comprado por R$ 7 milhões em setembro de 2012 pela Prefeitura de São Luís continua sem utilização em um galpão da Transnordestina Logística S. A. localizado no Tirirical, em São Luís. Com a promessa de melhorar a mobilidade urbana na capital maranhense, a compra foi realizada às vésperas das eleições municipais pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB), que não se reelegeu.
Segundo as informações, o VLT não tem mais condições de funcionamento e apresenta sinais de depredação, com as janelas e portas quebradas, bancos enferrujados e painel eletrônico coberto de poeira.
Na época da realização do investimento, a prefeitura havia informado que o modal operaria interligando, inicialmente, os bairros do Anel Viário ao Bairro de Fátima, e que outras seis linhas seriam criadas posteriormente.
Em 2013, em seu primeiro ano de gestão, o então prefeito Edivaldo Holanda Júnior (sem partido) determinou a criação de comissões para avaliar projetos de mobilidade urbana que incluíam a utilização do VLT. No entanto, o veículo teria sido desmontado da plataforma onde estava instalado no Aterro do Bacanga e guardado no galpão, onde permanece sem utilidade e sem previsão de saída.
VLT fez uma única viagem
Uma única “viagem-teste” de tráfego teria sido realizada em um trecho de 800 metros, do ponto que segue do fundo do Terminal de Integração da Praia Grande, na Avenida Beira-Mar, até as proximidades do Mercado do Peixe – único ponto do projeto que chegou a ser construído.
O VLT tem dois vagões de 18 metros de extensão cada, com seis portas que abrem simultaneamente e capacidade para 358 pessoas (96 sentadas e 262 em pé). O veículo chega a atingir velocidade média de até 100 km/h.