Secretários municipais apresentam medidas adotadas para minimizar danos e atender a população afetada
Texto: Acsa Serafim
A Câmara Municipal de São Luís realizou nesta quarta-feira (19), uma audiência pública para discutir os impactos das chuvas intensas na cidade e as ações adotadas pela Prefeitura para minimizar os danos à população. A iniciativa foi do vereador Raimundo Penha (PDT) e contou com a presença do secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, David Col Debella, do secretário municipal da Criança e Assistência Social, Júnior Vieira, e do superintendente da Defesa Civil de São Luís, Alexssandro Nogueira.
O vereador Raimundo Penha destacou a urgência do debate e apresentou vídeos e imagens de áreas afetadas pelos temporais recentes. Ele mencionou casos críticos, como o rompimento da ponte do Pirapora, o alagamento no Residencial Vila Esmeralda e os constantes problemas no canal da Forquilha. “Nosso objetivo aqui é discutir e entender o que tem sido feito pela Prefeitura e o que ainda pode ser feito para minimizar os estragos e garantir segurança para a população”, enfatizou Penha.
Intervenções da SEMOSP e desafios estruturais
O secretário de Obras e Serviços Públicos, David Col Debella, afirmou que a gestão municipal tem buscado soluções para problemas históricos de alagamentos e infraestrutura precária. Ele explicou que nos últimos quatro anos houve avanços na iluminação pública e melhorias estruturais em diversas áreas da cidade mas reconheceu que o período chuvoso impõe dificuldades.
“O rompimento da ponte do Pirapora não foi um colapso total. Assim que identificamos o problema, isolamos a área e iniciamos os trabalhos de contenção. Estamos trabalhando para resolver a situação em até 30 dias”, declarou Col Debella.
O secretário também citou os desafios enfrentados no canal da Forquilha, apontando as construções irregulares como um fator que agrava a situação. “Já desenvolvemos um projeto
de drenagem profunda para a região, que será realizado em conjunto com o canal do São Bernardo”, garantiu.
Além disso, foram apresentados dados sobre ações da Prefeitura, como 79 km de canais limpos, 170 toneladas de materiais retirados de vias e galerias, 331 passagens molhadas restauradas e 479 novas bocas de lobo construídas.
Col Debella também mencionou obras em andamento, incluindo o fechamento do canal da Cidade Olímpica, a requalificação da drenagem profunda em áreas como Santa Clara, Tirirical, Cohafuma e Porto Grande, além de intervenções no mercado central e na Feira do São Francisco.
Assistência social às famílias afetadas
O secretário da Criança e Assistência Social, Júnior Vieira, afirmou que a Prefeitura tem um plano de contingência para monitorar áreas de risco, como a Vila Flamengo e a Portelinha, região de palafitas entre Ilhinha e São Francisco.
“Temos equipes atuando nessas regiões, garantindo benefícios emergenciais como auxílio-moradia e cestas de alimentos. Atualmente, acompanhamos 282 famílias que recebem cestas básicas nessa região e estamos reformando equipamentos importantes, como CRAS, CREAS e Conselhos Tutelares”, destacou Vieira.
Sobre o auxílio-moradia, ele explicou que o benefício é de R$ 400 por até nove meses, mas que muitas famílias não aceitam sair de suas casas, dificultando a atuação do poder público. “Nosso papel é garantir assistência, mas algumas famílias preferem permanecer mesmo em áreas de risco”, afirmou. Sobre o auxílio, o vereador Raimundo Penha propôs que sejam realizados debates para verificar a possibilidade do aumento do valor do benefício.
Atuação da Defesa Civil
O superintendente da Defesa Civil Alexssandro Nogueira ressaltou que o órgão tem agilizado os atendimentos e que das 222 solicitações registradas em 2025, apenas cinco ainda não foram resolvidas.
“Quando assumimos a Defesa Civil, encontramos 350 ocorrências sem resposta da gestão anterior. Hoje estamos trabalhando com mais eficiência e rapidez”, afirmou Nogueira.
Ele também destacou que a Vila Esmeralda não é oficialmente catalogada como área de risco, mas que o órgão fará uma visita técnica para avaliar a situação. Além disso, mencionou
que a Defesa Civil realiza o mapeamento anual de áreas vulneráveis, incluindo mais de 800 casarões no Centro Histórico.
Críticas e cobranças dos vereadores
O debate contou com a participação de outros vereadores, que cobraram ações mais efetivas. O co-vereador Jhonatan Soares (Coletivo Nós – PT) criticou a falta de comunicação entre as secretarias e a demora na resolução de problemas antigos.
“Se há dinheiro e vontade política para construir um elevado em cinco meses, não há justificativa para que comunidades como Vila Sapinho, Zona Rural I e II e Porto Grande esperem anos por soluções”, disse Soares.
O vereador Daniel Oliveira cobrou respostas sobre a situação da Avenida Brasil, no Coroadinho, que, segundo ele, está intrafegável e não recebeu as intervenções prometidas pela SEMOSP. “Os moradores já fizeram protestos, e o problema persiste”, alertou.
A vereadora Professora Magnólia questionou se a Prefeitura poderia divulgar um calendário de limpeza e desobstrução de bueiros e galerias, para garantir mais transparência e organização.
O secretário David Col Debella respondeu que a SEMOSP recebe demandas de diversas frentes, incluindo Ministério Público, Defesa Civil e vereadores, e que as ações são definidas com base em critérios técnicos e orçamentários.
Encaminhamentos da audiência
A audiência pública permitiu um diálogo aberto entre o Legislativo e o Executivo sobre os desafios enfrentados pela cidade durante o período chuvoso.
O vereador Raimundo Penha encerrou a audiência ressaltando a importância do debate e cobrando a execução dos compromissos assumidos. “A cidade precisa de soluções definitivas e acompanhamento constante para que os problemas estruturais não se agravem a cada período chuvoso”, concluiu.