A vereadora Bárbara Soeiro (PSC), representando a Câmara Municipal de São Luís, está em Brasília, onde participa da XXII Marcha dos Municípios, que iniciou na última segunda-feira, 8, e se encerra na próxima quinta-feira, 11. O Fórum reúne prefeitos e vereadores de todo o Brasil com o objetivo de discutir com representantes do Congresso Nacional e do Governo Federal as pautas dos municípios brasileiros.
A XXII Marcha é a maior mobilização política democrática da América Latina, onde o Legislativo e Executivo discutem como pauta principal a defesa dos municípios com seus movimentos.
A valorização das parcerias intermunicipais, os desafios legais e as perspectivas, além da questão da mulher, estão entre os debates do fórum.
Bárbara Soeiro que é defensora do dos direitos da mulher, afirmou que durante o evento – no qual estão sendo discutidas questões que influenciam o dia-a-dia das cidades – também é um importante espaço de reflexões quanto às questões da mulher, buscando a sua valorização com destaques para personalidades que possuem o mesmo propósito de fortalecimento do gênero, dentre elas, as fundadoras do Movimento de Mulheres Municipalistas (MMM), Dalva Cristofolletti e Tânia Ziulkoski; Michele Ferreti, diretora do Instituto Alziras; Dra. Priscila Costa, procuradora federal; Taniere Cantalice, representante do MMM; deputada Luíza Erundina, e a senadora Lídice da Mata.
“Esse fórum é muito importante, pois aqui estão sendo discutidos assuntos relevantes de interesse das cidades. Aqui também temos representatividade de todo Brasil que celebram as conquistas já alcançadas pelas mulheres. Temos a consciência de que unidas podemos avançar muito mais na implementação de políticas públicas para que a mulher, de fato, ocupe seu lugar na sociedade”, enfatizou Bárbara Soeiro.
Debates
Na tarde da segunda-feira, foram apresentados pelo Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) e organizações parceiras os dados e experiências que corroboram com a necessidade de fortalecer a atuação feminina na política. Na oportunidade, as convidadas da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Instituto Alziras e da Fundação Abrinq debateram com os participantes os desafios e as alternativas para melhorar o trabalho das gestoras e a vida das mulheres brasileiras nos Municípios.
Para as fundadoras do MMM, Dalva Christofoletti e Tânia Ziulkoski, é preciso comemorar o número recorde de gestoras na Marcha. Pela primeira vez, elas superaram a proporção dos homens: 63% das prefeitas, em exercício, se inscreveram.
Pesquisa inédita
O Instituto Alziras apresentou às participantes os resultados da pesquisa Perfil das Prefeitas no Brasil – mandato 2017-2020 – que mapeou quantas e quais são as lideranças municipais, as principais dificuldades e prioridades na gestão. Foi detalhado pela representante do Instituto Michele Ferreti, que as prefeitas são poucas e estão à frente das localidades pequenas e mais pobres.
Pela pesquisa, as mulheres comandam 649 prefeituras, que representam 12% dos municípios brasileiros,m e apenas 7% da população do país.
Proporção que cai ainda mais quando se trata de mulheres negras, pois, apesar de serem 27% da população, lideram apenas 3% dos entes municipais.
Das que estão em exercício, 91% foram eleitas em locais com até 50 mil habitantes e 88% já atuavam na política. Enquanto 50% dos prefeitos têm ensino superior, 71% das lideranças femininas concluíram a gradução em universidades.
A pesquisa mostra ainda que, em um lugar com prefeitas mulheres, aumenta o número de candidatas e eleitas no ano seguinte, além do secretariado.
Entre as dificuldades para as gestoras estão o assédio ou violência política, falta de recursos para a campanha e falta de espaço na mídia.
Para 85% delas, as áreas de educação e saúde são prioridade, seguidas pela gestão e administração pública.