O Brasil é o segundo país do mundo com mais trabalhadores estressados – Síndrome de Burnout -, segundo pesquisa recente publicada pela revista Exame. O percentual chega a 30% entre os brasileiros, enquanto no Japão alcança expressivos 70%. A China está em terceiro lugar (24%), seguida dos Estados Unidos (20%) e Alemanha (17%).
Estes dados foram apresentados pelo psicólogo Mauro Sérgio Brandão, em palestra a funcionários da Câmara de Vereadores de São Luís, que abordou o tema Saúde Mental do Trabalhador. Ele frisou que a Organização Mundial de Saúde considera que o indivíduo está saudável, quando apresenta bem-estar físico, mental e social.
“A saúde mental é determinada por uma série de fatores socioeconômicos, biológicos e ambientais”, explicou. Dentre os fatores que desestabilizam socioeconomicamente o trabalhador, Mauro destacou a insegurança no emprego ou o desemprego, a baixa oferta de alimentação, habitação, água, esgotamento sanitário, educação, lazer, assistência médico-hospitalar, dentre outros.
Transtornos
Ele também explicou aos servidores, que os transtornos psicossociais, relacionados ao ambiente de trabalho, decorrem de jornadas excessivas, esforços físicos exagerados, com posturas forçadas, ritmo acelerado, trabalho repetitivo, monótono e falta de reconhecimento pelo superior. Também afetam, o vínculo de emprego precário, conflito de valores no ambiente de trabalho, entre outros fatores.
Os tipos mais frequentes de transtornos relacionados ao trabalho, segundo o psicólogo, são stress pós-traumático, quadro depressivo/ansiedade, alcoolismo crônico e paranóia situacional. Ele acrescentou que os profissionais mais afetados pela Síndrome de Burnout são médicos, enfermeiros, assistentes sociais, professores e gerentes em vários níveis da administração.
Por fim, Mauro Brandão alinhou alguns sintomas da doença, como, por exemplo, menor entusiasmo pelo o que os indivíduos fazem, baixa realização no trabalho e despersonalização. Nesta situação, o tratamento é psicoterápico, mudança de hábitos ou medicamentoso. Como prevenção, o psicólogo indicou participação em atividades de lazer, mais ou interação com amigos e familiares, fuga da rotina, de pessoas negativas e drogas licitas e ilícitas.