Ação destacou a figura da maranhense Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira escritora brasileira, pioneira na crítica antiescravista da nossa literatura
Foi realizada na Câmara de São Luís, na manhã desta quarta-feira (1º), uma ação institucional intitulada Nossa Cultura, Nosso Orgulho. A iniciativa, realizada por meio de uma parceria com a Equatorial Energia, foi idealizada pela Comunicação Organizacional da Casa, como parte da campanha de comemoração do aniversário de São Luís da Câmara ao longo do mês de setembro. A ação também acontecerá em outra data de setembro para contemplar mais servidores.
Durante a ação, foram distribuídos kits Paper Toy, que trabalham personagens da cultura e da fundação do Maranhão, como Maria Firmina, Daniel de La Touche, por exemplo. Para Larissa Viveiros, técnica em Relações Públicas, a ação contribui para valorização dos servidores e difusão da nossa cultura.
“Essas figuras históricas são muito importantes para nossa formação cultural, mas às vezes não são tão valorizadas, especialmente a figura da Maria Firmina, cujo resgate histórico está acontecendo só agora, mesmo ela sendo a primeira autora mulher e negra a ser publicada no Brasil. Então é muito importante trazer o conhecimento dessas figuras fundamentais da nossa História”, destacou.
A servidora Karolynne Catanhede, da Comunicação da Casa, parabenizou a iniciativa. “É muito bacana conhecer mais dos personagens históricos. Além disso, é uma ação que mobiliza os servidores e integra ainda mais os vereadores nesse processo de difusão de conhecimento, então é muito positiva”, disse.
QUEM FOI MARIA FIRMINA
Um dos personagens destacados na ação é a figura da maranhense Maria Firmina, considerada a primeira escritora brasileira, pioneira na crítica antiescravista da nossa literatura.
Negra, filha de mãe branca e pai negro, registrada sob o nome de um pai ilegítimo e nascida na Ilha de São Luis, no Maranhão, Maria Firmina dos Reis (1822 – 1917) fez de seu primeiro romance, Úrsula (1859), um instrumento de crítica à escravidão por meio da humanização de personagens escravizados.
Firmina foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora. Com o próprio salário, sustentava-se sozinha em uma época em que isso era incomum e até mal visto para mulheres. Oito anos antes da Lei Áurea, criou a primeira escola mista para meninos e meninas – que não chegou a durar três anos, tamanho escândalo que causou na cidade de Maçaricó, em Guimarães, onde foi aberta.
Úrsula, uma de suas maiores obras, pode ser baixada gratuitamente aqui.