Em dirscurso feito em nome das co-vereadoras, Jhonatan afirmou que “direito foi conquistado, mas a representatividade ainda é desafio”
Em pronunciamento, na sessão plenária desta quarta-feira (23), o co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), usou o Pequeno Expediente para destacar os 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil, cujo marco será celebrado nesta quinta-feira, dia 24 de fevereiro.
Antes de iniciar o discurso, Jhonatan Soares convidou as co-vereadoras Eunice Chê, Raimunda Oliveira e Flávia Almeida, para acompanhá-lo ao lado da tribuna. Ele destacou que era muito difícil um homem falar em nome das mulheres, mas afirmou que estava fazendo o pronunciamento dedicado a elas, pelo fato da própria legislação vetar que suas colegas pudessem ocupar a tribuna da Casa.
“Esse discurso não é meu, mas das co-vereadoras Eunice Chê, Raimunda Oliveira e Flávia Almeida. Como a legislação veta que elas pudessem ocupar a tribuna da Casa. É muito difícil um homem falar em nome das mulheres, mas eu resolvi fazer esse pronunciamento em nome das nossas colegas para destacar os 90 anos da conquista do voto feminino no Brasil”, frisou.
Jhonatan Soares discorreu sobre a conquista do voto feminino no Brasil, gênero que atualmente representa a maioria do eleitorado brasileiro (52,49%), soma quase 78 milhões de eleitoras. Ele, entretanto, lembrou que o direito de votar das mulheres foi uma grande conquista, mas a representatividade ainda é um desafio.
“Muito mais importante de ficar debatendo se Lula roubou ou não roubou, seríamos lutarmos para construirmos uma cidade melhor para as mulheres. Como é que a gente faz isso na prática? Essa Casa tem instrumentos para isso, mas precisamos nos comprometer na prática e não apenas em discurso”, concluiu.
Mulheres às urnas
No dia 24 de fevereiro, é comemorada a conquista do direito ao voto por parte das mulheres no Brasil. A demanda de mulheres pelo direito de votar e de serem eleitas ganhou corpo no início do século XX, a partir do movimento sufragista brasileiro. Mas o exercício de direitos políticos só seria estendido às mulheres em 1932, quando o novo código eleitoral do país entrou em vigor, em pleno governo provisório do ex-presidente Getúlio Vargas. Dois anos depois, em 1934, o voto feminino passa a ser previsto pela Constituição.
A conquista desse direito também foi impulsionada por várias pioneiras, como a professora Celina Guimarães Viana, que pôde, por meio de um requerimento, votar em 1927 e se tornou a primeira eleitora do país. Outro nome é o de Leolinda de Figueiredo Daltro, uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino, criado em 1910. A zoóloga paulista Bertha Lutz, uma das criadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, é apontada como uma das maiores líderes na luta pelos direitos políticos das mulheres.
Representação em números
Atualmente, mesmo com a maioria do eleitorado, as mulheres ocupam pouco espaço na legislatura. No Senado, doze vagas foram ocupadas por senadoras, o que representa 14,8% das 81 cadeiras. Na Câmara dos Deputados, 77 dos 513 parlamentares eleitos são mulheres.
Já na Assembleia Legislativa, elas ocupam 09 das 42 vagas. Por fim, na Câmara de São Luís atualmente elas são 05 entre os 31 vereadores.