O co-vereador Jhonatan Soares chamou atenção para a necessidade de mais ações que visem garantir os direitos das pessoas LGBTQIA+
O co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), usou a tribuna da Câmara Municipal na sessão desta terça-feira (17), para tratar sobre o Dia Internacional contra a Homofobia, comemorado nesta data. A data foi especificamente escolhida para comemorar decisão da Organização Mundial da Saúde, de 1990, que desclassificou a homossexualidade como um transtorno mental.
Jhonatan Soares se disse satisfeito por ser um parlamentar assumidamente gay e eleito nesta condição para representar o segmento. Disse ainda que aos 15 anos se reconheceu e que, a partir daí, passou a se sentir livre e parte da sociedade.
“Saí do armário aos 15 anos e nunca mais voltarei para lá. Aquele armário é um símbolo de violência, de tortura e de maus tratos e nunca mais serei vítima desta violência. Sou satisfeito por ser quem sou e levantar esta bandeira, lutar pelo respeito e igualdade a todos”, afirmou.
Ele também criticou a falta de iniciativas públicas que visam garantir o direito das pessoas LGBTQIA+. “Precisamos hastear esta bandeira com a mão esquerda, pois, todos os dias sofremos diversas formas de violência. Há pouquíssimas políticas públicas para este público. A exceção é um projeto da vereadora Barbara Soeiro. As ações precisam ser colocadas em prática. Parece que não somos eleitores. Os projetos voltados para esta população devem ser votados nesta casa”, pontuou Jhonatan Soares.
O parlamentar citou propostas do Coletivo Nós, voltadas ao segmento, como a criação do Conselho Municipal LGBTQIA+; a criação de vagas nas empresas destinadas a travestis e transexuais que recebem benefícios da gestão municipal; criação de comissão na Secretaria Municipal de Educação para apurar casos de evasão escolar de LGBTQIA+.
“Quando estes projetos chegam para avaliação e votação, há sempre uma barreira, um pedido de vistas. Somos vereadores de todos os públicos. Nosso mandato não pode ser excludente. Temos que ser promotores da paz e da vida e defender a todos, sobretudo os que são mais vulneráveis”, ressaltou Jhonatan Soares, pontuando a necessidade da Câmara ser uma bandeira da esperança e da defesa de todos, sobretudo da população LGBTQIA+.
Legado
No dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. Até então, uma série de países ainda tratava homossexuais como pessoas com desvios patológicos mentais, permitindo preconceitos e violações como terapias de reversão, a conhecida “cura gay”.
Por conta desse avanço na luta por direitos civis, o dia 17 de maio tornou-se o Dia Internacional Contra a Homofobia, data oficial de reforço e rememoração das lutas da população LGBTQIA+ contra a violência e perseguição às quais é submetida.