Mandato coletivo pontua necessidade de mais políticas voltadas para essa população
Texto: Mirlene Bezerra
O co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), subiu à tribuna da Câmara Municipal de São Luís, na sessão ordinária desta segunda-feira (20), para falar sobre o Dia da Consciência Negra, celebrado nesta data. “Nós, do Coletivo Nós, utilizamos o dia de hoje para falarmos sobre o Dia da Consciência Negra. Inclusive é feriado em alguns estados, é feriado em uma cidade do nosso país, por meio de um decreto municipal, mas São Luís, a capital do segundo estado mais negro, não demarca esta data e nem, tampouco o estado do Maranhão”, destacou o parlamentar.
De acordo com o co-vereador, quando se observa a história do processo de formação do povo brasileiro, a qual pesquisadores como Roberto Ribeiro e Darcy Ribeiro ajudam a entender, é possível perceber como o Estado brasileiro tem negado os direitos da população negra ao longo dos séculos. “Nós somos um país com um pouco mais de cinco séculos, dos quais quase metade deste tempo foi de escravidão do povo negro e, o Brasil, como nós sabemos foi um dos últimos países a abolir a escravidão”, disse Jhonatan, acrescentando que a primeira política de reparação à escravidão no país foi criada recentemente, no Governo PT, estabelecendo a política de cotas.
Soares observou que na oportunidade da abolição da escravidão no país, começaram o surgimento das favelas e a proliferar as comunidades quilombolas, que já existiam para abrigar os fugitivos. E junto, segundo ele, vieram os bolsões de pobreza, crianças em situação de rua, idosos abandonados, meninas vítimas da violência sexual, entre outras mazelas sociais que historicamente deixaram a população negra como as maiores vítimas dessa profunda desigualdade social que existe no país.
Nesse sentido, o co-vereador destaca que desde o início do mandato no Legislativo Municipal, o Coletivo Nós tem proposto políticas que têm como objetivo minimizar essas desigualdades com relação à população negra e, também, para coibir a prática do racismo. “O racismo não é só aquele de xingar ou na desigualdade de tratamento em relação a pessoa não preta. Ele também se dá quando há um tratamento diferenciado por parte do poder público a essa população”, pontuou, enumerando as proposições do Coletivo Nós voltadas para esse segmento.