O dia 28 de junho é uma data especial para lésbicas (L), gays (G), bissexuais (B), transgêneros, transexuais e travestis (T), queers (Q), intersexuais (I), assexuados (A), dentre outros (+), quando comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Durante todo o mês, chamado de Mês do Orgulho, ocorreram ações que buscaram dar visibilidade a esta comunidade, como foi o caso do primeiro Painel da Diversidade que ocorreu na Câmara Municipal de São Luís na última quinta-feira, 24.
O co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), acredita que as comemorações celebram direitos já adquiridos como, por exemplo, a união civil e o uso do nome social, mas também servem para evidenciar a necessidade cada vez maior de políticas públicas efetivas para todos.
“No Maranhão também observamos alguns avanços, como a criação do conselho e a notificação compulsória para crimes de LGBTfobia. Porém, é preciso avançar ainda mais, sobretudo na nossa cidade que não conta com nenhuma política pública consolidada para atendimento dessa população. Acredito que este é o nosso grande desafio”, declarou Jhonatan Soares.
A data faz alusão à Rebelião de Stonewall, ocorrida em 1969, quando gays, transexuais e drag queens protestaram contra uma ação policial, em Nova Iorque, que visava fechar um bar onde a comunidade se reunia. No ano seguinte, nasceu a primeira Parada do Orgulho Gay. Desde então, esta comunidade vem lutando pelos seus direitos, é o que afirma o Jhonatan.
A luta e a conquista de direitos
Na última quinta-feira, 24, a Câmara Municipal de São Luís realizou o primeiro Painel da Diversidade com o tema “As políticas públicas LGBTQIA+”. A solenidade contou a presença de representantes do movimento social, além de representantes do poder público, que compartilharam experiências no avanço dos direitos.
Alguns participantes do evento afirmaram que o painel foi um momento histórico no parlamento ludovicense. Airton Ferreira, ativista e militante dos direitos humanos, membro do grupo Gayvota, explica que a resistência, por meio de movimentos sociais organizados, estende-se há mais de duas décadas na capital e conta com a atuação de entidades importantes que vão desde o Grupo Timbira até o Coletivo pela Diversidade, e tantos outros que fortaleceram a luta na capital do estado.
O co-vereador Delmar Matias aposta na educação e na informação como os melhores caminhos para a superação do preconceito que ronda àquela população. “A nossa sociedade foi construída por uma condição heterossexual e cisgênero, considerada normal e correta. Isso, culturalmente, criou a LGBTfobia e o preconceito, que tantos companheiros e companheiras lutam e convivem diariamente”, afirmou o co-vereador.
O significado da sigla LGBTQIA+
L = Lésbicas
G = Gays
B = Bissexuais
T = Transgêneros, transexuais e travestis
Uma pessoa transgênera não se identifica com gênero (feminino ou masculino) designado no nascimento. Ser transgênero não implica um desejo de mudar de sexo biológico, nem a existência de atração por pessoas do mesmo sexo. O que há é um conflito de identidade de gênero.
Transexuais são pessoas que não se identificam com o sexo biológico. Por exemplo, uma pessoa que nasce com o corpo masculino, mas se identifica com um corpo feminino. O transexual é aquele que deseja alterar sua constituição biológica e fazer a mudança de sexo
Já o travesti, se enquadra na mesma categoria de transexuais, se identifica com um gênero distinto daquele atribuído no nascimento. As travestis constroem sua identidade de gênero através das vestimentas e/ou procedimentos estéticos, mas não desvincula-se necessariamente de suas características primárias.
Q = Queer
São pessoas que transitam entre os gêneros feminino, masculino, e, também os não-binários, que rejeitam os dois gêneros.
I = Intersexo
Os Intersexuais são pessoas cujo desenvolvimento sexual corporal não se encaixa como masculino ou feminino. Nesse grupo, é comum que algumas pessoas no nascimento não desenvolvam completamente as genitais femininas e masculinas, ou desenvolvam os dois.
A = Assexuais
Assexuais, aqueles que não sentem atração afetivo-sexual por outra pessoa, independente de orientação sexual e de identidade de gênero.
+ = outras possibilidades
O sinal de mais (+), representa outras possibilidades de orientação sexual e identidade de gênero que existam. Como pansexuais, pessoas que sentem atração afetivo-sexual independente da identidade de gênero da pessoa. É a orientação sexual mais fluida.