Objetivo é arrecadar absorventes e dar visibilidade à temática.
Na manhã desta quarta-feira (01), foi lançada, no estacionamento da Câmara de São Luís, a campanha “Nós Menstruamos” – uma iniciativa do Coletivo Nós (PT), por meio da Frente Parlamentar de Políticas Públicas às Mulheres. No lançamento do projeto, que visa arrecadar absorventes, além de mobilizar uma rede estadual de parlamentares em prol da pobreza menstrual, estiveram presentes autoridades e representantes de movimentos a favor dos direitos das mulheres.
O início do evento se deu com a participação de artistas, como a poetisa Nega Faya, que recitou poemas sobre os direitos e desafios enfrentados pelo povo negro. Em seguida, autoridades discursaram sobre a importância da iniciativa.
“Nosso objetivo é tratar a temática da invisibilidade da pobreza menstrual, discutir esse problema de saúde pública e pensar políticas para melhorar a qualidade de vida das mulheres. É uma causa de interesse de todos, porque se reflete na saúde pública, nas políticas e na vida de todos, direta ou indiretamente”, destacou o co-vereador Jhonatan Soares.
A diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena, reforçou que a menstruação é envolta em diversos tabus e preconceitos que precisam ser desmistificados. “Discussões como essas que o Coletivo Nós está trazendo são raras e precisam chegar a mais mulheres, especialmente agora, neste momento, em que nunca foi tão necessário discutir os direitos da mulher, combater as várias formas de violência e promover saúde e informação”, afirmou.
A Procuradora da Mulher da Câmara, vereadora Concita Pinto (PC do B), também parabenizou a campanha, reforçando que a união de todas as vereadoras e agentes
políticas é fundamental. “Para solucionar este e outros desafios, precisamos estar cada vez mais unidas. Muitas meninas e mulheres precisam do auxílio do Poder Público, e precisamos levar essas discussões para mais espaços”, disse.
POBREZA MENSTRUAL
A pobreza menstrual refere-se à vulnerabilidade econômica vivida por milhões de meninas e mulheres em todo o Brasil que as impede de acessar produtos básicos de sobrevivência, como o absorvente.
Dados da ONU apontam ainda que, no mundo, uma em cada dez meninas falta às aulas durante o período menstrual. No Brasil, esse número é ainda maior: uma entre quatro estudantes já deixou de ir à escola por não ter absorventes
O frequente desconhecimento acerca da importância da higiene menstrual para a saúde, bem como a baixa renda ou dependência financeira de terceiros para a compra do absorvente, são alguns dos elementos que explicam essa problemática.