Evento integra atividades realizadas pela Casa Legislativa em alusão ao mês das mães.
Texto: Ascom
Irritabilidade, cansaço, falta de sono e outros sintomas são comuns na chamada depressão pós-parto. Um problema tratável que atinge gestantes. O assunto foi tema de live realizada pela Câmara Municipal de São Luís na noite de terça-feira (7) e transmitida pelo Instagram oficial da instituição, no perfil @camaraslz. A psicóloga Jennifer Marques, convidada para falar do tema, explicou sobre o problema, orientou quanto a identificar seu início e tirou dúvidas dos internautas.
A live debateu conceito, sintomas e análise de fatores que podem levar as mulheres a manifestar a depressão. A psicóloga informou que houve mudança da nomenclatura pela comunidade médica e hoje se chama ‘depressão perinatal’, pois, ao contrário do que se conhecia, o problema ocorre desde o começo da gravidez, não apenas após. Ela informou ainda que 70% das mulheres podem apresentar os sintomas.
“O termo mudou, pois, foi identificado que essa depressão inicia desde a gestação, não apenas no pós-parto. Este distúrbio que a mulher começa a ter como a falta de sono, irritabilidade, cansaço e outros sintomas durante os meses de gravidez. São muitas alterações físicas, psicológicas e sociais pelas quais a mulher passa e que merecem atenção É um assunto que merece suporte necessário por parte do poder público, sociedade e das instituições”, alerta a psicóloga Jennifer Marques.
Situação que afeta milhares de mulheres no mundo, a depressão perinatal tem como características sentimentos de tristeza, ansiedade e desânimo durante a gestação. A depressão perinatal traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência, aponta a psicóloga.
Ela ressaltou que o Maranhão possui a Lei nº 11.172, que cria políticas de diagnóstico e tratamento para o problema. Há ainda maternidades, unidades de atendimento básico de saúde e serviço de Psicologia em alguns hospitais. “Importante para acolher esta gestante, porém, a saúde mental pública está bastante defasada. É preciso que haja uma rede multidisciplinar atuando em conjunto para que esta mulher tenha eficácia no acompanhamento deste problema”, pontua a psicóloga.
Jeniffer Marques é especialista em Psicologia Hospitalar e Psicologia Perinatal. Possui como abordagem clínica a Logoterapia e Análise Existencial e possui experiência em atendimentos voltados à saúde mental da mulher.
A live foi iniciativa da Diretoria de Comunicação da Câmara, por meio do Departamento de Comunicação Organizacional, do Setor de Recursos Humanos-Psicologia e do Departamento Médico de Assistência aos Servidores-Serviço Social. O debate integrou agenda de ações da Casa em referência ao mês das mães e tem como objetivo levar reflexões sobre debates que impactam diretamente a vida das mulheres.
“Este debate foi relevante para reforçar a importância de haver uma rede de apoio. O apoio começa com amigos e parentes, porque eles podem, e devem, contribuir para minimizar o sofrimento e incentivar a busca desta mulher pela ajuda médica. A empatia, que é o ato de se colocar no lugar do outro, sem julgamentos ou conceitos pré-determinados, é um primeiro passo e pode ser decisivo para atenuar os sintomas deste problema e ajudar a mulher a passar pela gestação da forma mais tranquila possível”, avalia a assistente social da Câmara e mediadora da live, Karoline Rocha.