Desembargadora Ângela Salazar
ganha cidadania ludovicense
“Damos honra a quem tem honra”, assim foi saudada a desembargadora Ângela Maria Salazar pelo vereador Josué Pinheiro (PSDB) na sessão solene da Câmara de Vereadores de São Luís, na tarde desta terça-feira, em que ela foi agraciada com o título de cidadã ludovicense pelos serviços prestados à cidade como delegada, promotora e magistrada. A honraria, proposta pelo vereador, contou com a aprovação unânime dos representantes do povo na Casa.
A sessão foi presidida pelo vereador Astro de Ogum (PR), que contou com o auxílio do vice-presidente da Câmara, Honorato Fernandes, e secretariada por Josué Pinheiro. Também marcaram presenças os vereadores Pavão Filho (PDT), Cezar Bombeiro (PSD), Osmar Filho (PDT), Chico Carvalho (PSL) e Raimundo Penha (PDT). A presidência do Tribunal de Justiça foi representada pelo desembargador Jorge Rachid Mubarack, o governo do Estado pelo procurador geral Rodrigo Maia Rocha, o Ministério Público pela promotora Sirlei Castro Aires Rodrigues. A desembargadora Nildes Cruz também se fez presente, assim como o desembargador federal José Tavares Vieira da Silva, o deputado estadual Roberto Rocha, vários juízes e promotores. A desembargadora Ângela estava acompanhada de seu marido e filhos.
Ao justificar a concessão da honraria, Josué Pinheiro disse da tribuna que a Câmara, naquele momento, estava reconhecendo “a caminhada vitoriosa de uma ilustre cidadã que buscou o conhecimento e que tem se dedicado, na área do Direito e da Justiça, a prestar relevantes serviços aos ludovicenses, de forma íntegra e imparcial”. Ele lembrou que seus pares foram unânimes em aprovar a concessão do título em face da notável trajetória da homenageada “comprometida com os princípios da equidade e defesa dos direitos dos cidadãos”.
O presidente Astro de Ogum agradeceu a presença das autoridades e do público em geral à sessão e disse que a trajetória da desembargadora é um exemplo de vida e dignidade a ser seguido. Já Honorato Fernandes frisou que além da cidadania em si, os vereadores estavam reconhecendo a força da mulher negra que enfrentou toda sorte de obstáculos na vida, mas os superou, passo a passo. Por sua vez, Osmar Filho parabenizou Josué pelo reconhecimento a uma brilhante estória de vida, superada pelo estudo, ao que Pavão Filho completou assinalando que foi uma carreira brilhante, percorrida com dignidade, e que se tratava de um grande feito.
DE SÃO LUÍS GONZAGA A SÃO LUÍS
A desembargadora, com a voz embargada, agradeceu a homenagem. Ela relembrou a perseverança de seus pais em encaminhar os filhos, onze, de São Luís Gonzaga a São Luís para aprimorar os estudos, coisa que para ela se tornou um sonho em razão do estudo em si e do que se falava da cidade histórica, cheia de sobradões azulejados e ruas tortuosas. “Ao chegar a esta cidade, enaltecida em prosa e poesia, me deparei com um mundo que ultrapassou o meu ideário”, lembrou, para em seguida completar que ela e a cidade se descobrem a cada dia de convivência e interação.
“Passamos a partilhar nossas vidas, de sorte que, tal como amo o meu torrão natal – São Luís Gonzaga -, adotei esta cidade… Aqui tive a oportunidade de iniciar a marcha evolutiva no campo das ideias, das ciências jurídica e social, conheci meu marido e constitui família. Neste momento se completa o processo de minha adoção por esta cidade, com a outorga do título de Cidadã de São Luís. Assumo o compromisso de tudo fazer para honrar esta cidade e defender os interesses de sua gente”, sentenciou.
Ângela Salazar chegou a São Luís para prestar vestibular e ingressar na Universidade Federal, onde se formou em Serviço Social e Direito. Depois, prestou concurso, passou e foi ser delegada de polícia estadual. Posteriormente, enfrentou novo concurso, passou e foi ser promotora de Justiça, sem, contudo, perder de vista a magistratura, ingressando tempos depois nos quadros de juízes do Estado. Depois de percorrer muitos postos de trabalho nesse novo campo, a magistrada, finalmente, chegou ao cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão, pelo critério de merecimento, concorrendo com doze colegas.
Texto: Cícero da Hora