Região sofre com o avanço das grandes empresas
Texto: Suellen Soares
O dia 17 de abril de 1996 marca a passagem de um dos momentos mais violentos na luta pela distribuição igualitária de terras no Brasil, o chamado Massacre de Eldorado dos Carajás. É em alusão ao sangrento episódio que a Via Campesina Internacional criou nesta data o Dia Internacional da Luta Camponesa.
Para a co-vereadora Raimunda Oliveira, do Coletivo Nós (PT), a agricultura é uma atividade do campo que é fundamental para a vida e para uma alimentação saudável e de qualidade. Os trabalhadores do campo produzem a maior parte dos alimentos que chegam à mesa de toda a população, diariamente, mas seguem enfrentando muitos retrocessos.
“Neste Dia Internacional da Luta dos Trabalhadores do Campo, destaco a luta dos que vivem exclusivamente da agricultura familiar, um trabalho que tem sofrido constantes ameaças. Em São Luís, por exemplo, quem vive da prática do cultivo tem batalhado arduamente contra o crescimento industrial irresponsável que tem acontecido na cidade”, pontuou.
Nesse sentido, a parlamentar reforça a audiência pública que ocorre nessa quinta-feira, 18, para debater a situação do Cajueiro e região que vem sofrendo com o avanço das grandes empresas no perímetro rural da cidade. Oliveira defende o direito de comunidades inteiras de permanecer no campo.
“Diante dos malefícios para os trabalhadores, moradores e também para o meio ambiente, sugerimos à Câmara uma audiência para tratar sobre os conflitos de terra que têm acontecido na Zona Rural. Prezamos pela garantia da permanência da população do campo, bem como, de seus direitos e preservação do meio ambiente. Se o trabalhador não planta, a cidade não janta!”, frisou.
Reforma Agrária
O Brasil nunca realizou uma reforma agrária, ainda que 75% da produção agrícola que alimenta a população brasileira seja oriunda das pequenas propriedades. É o que afirma o último censo agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Por isso, episódios como o 17 de abril de 1996 nunca mais devem se repetir explica a co-vereadora. “Vamos em frente e em memória de nossos companheiros e companheiras que perderam a vida em busca de direitos a terra e a qualidade de vida no campo”, finalizou.