Em São Luís, o reggae é uma valiosa marca de expressão e identidade cultural presente nos quatro cantos da cidade
Neste domingo, 5 de setembro, comemora-se o Dia Municipal do Regueiro, data especial adicionada ao calendário do município como forma de celebrar e homenagear uma figura fundamental para a manutenção da identidade cultural da cidade: o amante do reggae.
Das cores vibrantes e características do gênero à vibração da batida inconfundível das radiolas, o reggae está presente em todos os cantos de São Luís: em bares, praias, nos bairros, nos clubes, entre amantes, amigos e apreciadores da música. Para São Luís, cuja identidade de Ilha do Amor se confunde com a de Jamaica Brasileira, o reggae não é apenas música, é também manifestação artística.
A data, instituída pela Lei nº 4102 de 30 de outubro de 2002, representa o marco e o reconhecimento histórico do reggae enquanto parte da cultura local, presente, através das décadas, nos corações de todos os ludovicenses.
Para o vereador Marcos Castro, presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto e Lazer (PMN), o reconhecimento da data significa ampliação de investimentos para fortalecimento do reggae.
“Como filho da Ilhinha e da região da Ponta D’areia, cresci ouvindo reggae. Hoje, é muito bom ver que esse ritmo tão singular se tornou no Maranhão, e em especial, em São Luís, uma potência geradora de emprego e renda. Além de tudo, é uma expressão cultural tão forte que os Jamaicanos passaram a vir morar aqui para trabalhar com a música, além de ter se transformado em um atrativo turístico que impacta direta e indiretamente milhares de pessoas”, destacou.
O vereador Astro de Ogum (PCdoB), que atua na defesa das manifestações culturais, reforça que o gênero, embora jamaicano, hoje tem sonoridade e identidade própria de São Luís. “Muito embora seja um gênero musical originário na Jamaica, em São Luís, a predominância da população negra, somada a melodia harmoniosa e sensualidade pujante que marcam o ritmo, fazem com que os apaixonados por aqui sejam tantos que tenhamos recebido o título de “capital brasileira do reggae”. É um dia para celebrarmos os fazedores da nossa cultura”, afirmou.
REGGAE
Como um ritmo estrangeiro se enraizou tão fortemente na cultura ludovicense? Estudiosos apontam para várias teorias.
“Os marinheiros da América Central que desembarcaram aqui nos anos 70 trouxeram muitos discos de reggae, que usavam como pagamentos por serviços na cidade. Outra teoria para explicar essa relação aposta nas ondas de rádios caribenhas que invadiam os aparelhos maranhenses e criaram uma familiaridade do ritmo com as populações de baixa renda, nas periferias”, explica Carlos Benedito Rodrigues da Silva, antropólogo do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal do Maranhão e autor do livro “Da terra das primaveras à ilha do Amor: reggae, lazer e identidade cultural, em entrevista à revista Trip.
Com as adaptações do ritmo jamaicano à cultura local, surgiu também o jeito maranhense de dançar reggae. Hoje, o Maranhão é o único lugar do mundo em que se dança reggae a dois, colado.
Para comemorar o Dia do Regueiro, assista o vídeo abaixo e aprenda a dançar o reggae do jeito legitimamente maranhense.
Prática em Dança (Reggae Roots) – Projeto PAR MUSIC | Música – Movimento – Dança