O vereador de São Luís, Francisco Chaguinhas (Podemos), reeleito em 2020 para o quarto mandato consecutivo, concedeu entrevista, no final da tarde dessa sexta-feira (8), na Rádio Nova FM. Ele destacou as eleições, o cenário político ludovicense e sua confiança na gestão do prefeito Eduardo Braide (Podemos), que tem apenas 8 dias à frente da administração municipal.
Questionado pelo jornalista Diego Emir sobre a realização da campanha eleitoral, já que a pandemia atrapalhou os candidatos responsáveis, muitos políticos tradicionais não se reelegeram e surgiram políticos novos. Chaguinhas foi categórico, ao afirmar que a eleição de 2020 foi a mais difícil, para quem está com idade acima dos 60 anos e possui eleitores na mesma faixa etária.
“Foi uma eleição atípica, se observarmos que os vereadores, que tem voto na faixa da meia idade ao idoso, quase todos, não voltaram para a Câmara Municipal. Eu e o vereador Gutemberg, temos votos nessa faixa etária da meia idade ao idoso. Tínhamos uma média de 5 mil votos, mas, nessa eleição, ficamos com pouco mais de 3.500 votos cada um, já que nosso eleitor, por conta da pandemia, não apareceu para votar e, por pouco, não ficamos fora desta legislatura. Houve uma mudança geral no comportamento desta eleição e do eleitor, já que, os candidatos novos tiveram um avanço bastante significativo, agora, na Câmara. Em outras legislaturas, a Câmara de Vereadores era formada por parlamentares experientes. Se você observar, não houve nenhum vereador acima de 60 anos, eleito pela primeira vez, nessa eleição em São Luís. É preciso que a democracia tenha um equilíbrio melhor, para facilitar o debate dentro do parlamento, principalmente na Câmara de São Luís, a 4ª mais antiga do Brasil”, destacou o vereador Chaguinhas, que cobra mais respeito com a vida humana.
Ainda durante a entrevista, Chaguinhas enfatizou que a democracia brasileira é muito complicada, já que existe o voto monocrático, o quinto constitucional, foro privilegiado para grande parte de brasileiros, o STF que deveria ser o guardião da Constituição, mas acaba criando 12 constituições no Brasil, causando um desequilíbrio muito grande, uma vez que deveríamos ter, pelo menos, três polos de discussão no país, para manter o equilíbrio. “Sabemos que qualquer governante gostaria de administrar sozinho, sem o legislativo, o judiciário, as promotorias, criando um totalitarismo”, descreveu o vereador do Podemos.
Chaguinhas também foi questionado sobre a infraestrutura de ruas e avenidas no bairro São Cristóvão, onde os moradores vivem um dilema há 8 anos. “O prefeito é de toda cidade, assim como o vereador, mas, infelizmente, o Jardim São Cristóvão I e II ficou, nesses 8 anos, totalmente esquecido pela gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Hoje, as ruas estão totalmente esburacadas, cheias de crateras, formando, assim, um cenário de terror. Acho uma estupidez muito grande de um gestor, fazer um papelão desse, já que os bairros ao redor estão todos asfaltados. Mas, tínhamos um secretário que, graças a Deus, já foi embora, que era o Antônio Araújo, que, por birra, nos deixou do jeito que estamos. E, hoje, o prefeito Eduardo Braide deu nova esperança ao Cruzeiro e Santa Bárbara, durante vistoria das obras, ao responder uma pergunta de uma repórter, afirmando que vai concluir as obras deixadas por Edivaldo Holanda Júnior, com o dinheiro que a Câmara de Vereadores aprovou para o executivo fazer obras. Edivaldo nunca citou a Câmara, sobre essa verba que aprovamos, 342 milhões de reais, para obras e infraestrutura de São Luís”, disse Chaguinhas, que foi taxativo ao afirmar que Edivaldo distribuiu “cestas básicas de asfalto” aos aliados candidatos a vereador.
O vereador Chaguinhas destacou ainda, as demandas reprimidas deixadas por gestores anteriores, que, até hoje, fazem a população do pólo São Cristóvão sofrer, diariamente, com a falta de infraestrutura. “O prefeito Eduardo Braide entra no comando de São Luís, com uma grande esperança, mas, temos que entender que existem demandas reprimidas de 10, 15 anos. Só que, temos duas cidades, em São Luís: na cidade nobre, onde vivem aproximadamente 400 mil pessoas, não falta nada, todo serviço é de qualidade; já na cidade onde moram mais de 700 mil ludovicenses, o serviço público é de péssima qualidade ou nem existe, em muitos bairros carentes. A carência de asfalto é uma demanda reprimida, que temos em São Luís, mas, Edivaldo fez pouco e mal feito. Isso significa colocar dinheiro fora e humilhar o cidadão que paga a conta”, afirmou Chaguinhas.
Para finalizar a entrevista, o jornalista Osvaldo Maya indagou ao vereador Chaguinhas sobre o novo plano diretor, que deve ser enviado pelo prefeito Eduardo Braide, ao Legislativo Municipal. “É necessário haver mudanças, já que, é o plano diretor da cidade que vai demarcar os caminhos para angariar recursos, para a infraestrutura da cidade. Uma cidade que não tem um plano diretor claro, encontrará dificuldades para buscar recursos federais, dificultando a vida de quem mora, principalmente, na zona rural. É o plano diretor que dá o diagnóstico, delimitando a zona urbana da zona rural, e o prefeito Eduardo Braide é contra esse plano diretor aprovado na gestão passada, que tira uma parte da zona rural, para transformar em zona urbana. A zona rural precisa ser revitalizada e cumprir o papel que tem, já que o município abandonou a região, em gestões passadas, principalmente Edivaldo, que foi reeleito na região e, como recompensa, abandonou o povo”, concluiu Chaguinhas.