Tramita na Câmara de São Luís projeto de Lei do Coletivo Nós sobre Educação Patrimonial

Projeto de lei visa tornar obrigatório ensino da história antiga da Ilha de Upaon-Açu em escolas municipais

Tramita na Câmara de São Luís o Projeto de Lei nº. 051/22 que visa tornar obrigatório o ensino da história antiga da Ilha de Upaon-Açu (São Luís) nos estabelecimentos de Ensino Fundamental do município de São Luís, oficiais e particulares.

A proposição, de autoria do Coletivo Nós (PT), foi encaminhada às comissões de Justiça e Educação na sessão do último dia 1º. O PL, segundo o co-vereador Eni Ribeiro, foi elaborado a partir de provocação realizada pelo historiador e arqueólogo maranhense Marcos Tadeu.

“O PL é resultante de uma provocação feita pelo Marcos Tadeu, arqueólogo e historiador daqui do Maranhão. Ele também tem publicações que abordam a história antiga do Maranhão. Marcos Tadeu nos provocou, reuniu conosco e apresentou a proposta. Apresentamos com muita alegria esse PL por saber que ele será fundamental, sobretudo para desmistificar muitas histórias que são contadas de forma equivocada sobre a origem do nosso povo”, pontuou.

Eni Ribeiro também explicou que a proposição aborda a Educação Patrimonial e tem por objetivo resgatar a história antiga de São Luís. “Temos uma cidade fundada por franceses e que também teve ocupação de holandeses e portugueses. No entanto, temos uma história anterior à ocupação deles. O PL quer tornar essa disciplina da nossa história antiga uma disciplina transversal ao ensino regular nas escolas municipais. É fundamental entendermos que nossa história não começa quando o europeu resolve vir explorar as terras de Pindorama, como era considerado o Brasil antes da troca do nome. E Upaon-Açu tem uma história antiga que, para muita gente é uma história pré-colonial, mas que é fundamental entendê-la”, assinalou.

O co-vereador ainda explicou o porquê é relevante ter o ensino da história antiga da Ilha de Upaon-Açu nas escolas municipais. “O projeto leva a perspectiva do conhecimento da nossa história mais profunda para dentro das unidades de ensino.

Ele trata daquela história que não é contada pelos livros, mas pela oralidade. Arqueólogos e historiadores, a partir das pesquisas, nos apontam também vários registros da nossa história e de como era a vida na nossa ilha. Conhecer a nossa história, ou seja, de onde a gente vem, é fundamental para a gente saber onde se quer chegar”, explicou Eni Ribeiro.

PL – O Projeto de Lei nº. 051/22 visa tornar obrigatório o ensino da história antiga da Ilha de Upaon-Açu (São Luís) nos estabelecimentos de Ensino Fundamental do município de São Luís, oficiais e particulares.

A proposição informa que os conteúdos referentes à história e à cultura da antiguidade reconhecidas como patrimônio, a exemplo de quebradeiras de coco, pescadores, caiçaras, horticultores, cantadores, artesãos, grupos de bumba meu boi e de tambor de crioula que ainda resistem, serão ministrados por todo o currículo escolar, especialmente nas áreas de Educação Artística, Geografia, Biologia, Literatura, História Brasileira e História Geral.

De acordo com o PL, as ações educacionais sobre o tema devem estar associadas a metodologias de ensino transversais e vinculadas a um programa de Educação Patrimonial que leve em consideração o patrimônio material, imaterial e paisagístico em toda a diversidade existente.