No discurso, parlamentar também citou a escrava Adelina e a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis.
Texto: Leandro Ferreira
Em pronunciamento na sessão ordinária desta segunda-feira (13), o vereador Ivaldo Rodrigues (PSB) refletiu sobre os 136 anos da abolição da escravidão no Brasil. O parlamentar lembrou da luta de mulheres abolicionistas e das mudanças que o fim da escravatura, mesmo que tardia, provocou no país.
“13 de maio é o dia em que se comemora o fim da escravidão. Eu gostaria de enfatizar a importância dessa data, não só sobre o aspecto histórico, mas também sobre o aspecto socioeconômico, social e político. É uma ruptura, embora atrasada, em 1888, que quebra um ciclo”, enfatizou.
O parlamentar citou o nome de pessoas que foram relevantes para o fim da escravidão e destacou as contribuições das mulheres nesse processo. Ele lembrou, por exemplo, da escrava Adelina, que residiu em São Luís e atuava como uma espécie de espiã enviando as informações que conseguia sobre as ações policiais e estratégias dos escravistas; e da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, que foi responsável por escrever um dos primeiros romances abolicionistas do Brasil, Úrsula, em 1859.
“As mulheres sempre tiveram essa força e esse protagonismo, embora às vezes a história tenta ocultar o protagonismo feminino, mas ele não deixa de existir e de funcionar”, disse.
Ivaldo Rodrigues apontou ainda que o Maranhão é o segundo Estado do país com a maior porcentagem de pessoas negras em sua população, ficando atrás apenas da Bahia. Vale ressaltar que a escravidão no Brasil ocorreu majoritariamente pelo tráfico de pessoas negras vindas do continente africano, prática que persistiu por três séculos.
“Nós temos uma dívida histórica e impagável com os negros desse país, mas de pouco a pouco, nós da classe política, e todos juntos, podemos amenizar essa dívida com a participação dos negros na sociedade e a inclusão de políticas públicas”, concluiu.