Temas foram abordados pelo co-vereador durante o Pequeno Expediente
O co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), utilizou a tribuna da Câmara Municipal de São Luís, durante a sessão ordinária híbrida, para tratar dos temas “Crianças e Adolescentes que ficaram órfãos por conta da Covid-19”, “Julho das Pretas” e “Intolerância Religiosa”.
Ao iniciar o discurso durante o Pequeno Expediente, Soares lembrou que na semana passada o Coletivo Nós solicitou Moção de Pesar à família da senhora Dulcinea da Silva Gomes, de 48 anos, pelo falecimento dela em virtude do acometimento de Covid-19. O co-vereador ainda informou que a senhora Dulce, como era popularmente conhecida a articuladora da Rede Amiga da Criança e militante do PT, deixou marido e duas filhas – uma criança e outra adolescente.
Soares disse ainda que ele obteve a informação de que o viúvo da senhora Dulce também faleceu por conta da Covid-19 e lembrou que a temática “Órfãos da Covid-19” foi pautada pelo Coletivo Nós e será discutida pela Casa em audiência pública.
“Ao virmos para a Câmara ficamos sabendo, infelizmente, que o senhor João faleceu e também foi vítima da Covid-19. Então, as filhas deles agora estão órfãs por conta da doença. Lembro que já pautamos a necessidade de discutir o tema ‘Órfãos da Covid-19’ em audiência pública e tivemos aprovação desta Casa”, declarou o co-vereador ao solicitar à Presidência da sessão um minuto de silêncio por conta do falecimento dos dois militantes da causa “Crianças e Adolescentes”.
Julho das Pretas – Jhonatan ainda registrou o fato de estarmos no “Julho das Pretas” e mencionou as co-vereadoras Euniche Che e Flávia Almeida, bem como a parlamentar Silvana Noely (PTB), quando abordou a relevância do mês.
“O Julho das Pretas é um mês importante porque nele é evidenciada a luta das mulheres pretas por reparação histórica. Mulheres negras são objetificadas e até hoje seus corpos são explorados pela luta pela liberdade. O Julho das Pretas, o Julho da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, bem como o Julho de Tereza Benguela, para todos nós e todas nós será sempre o mês de reforçar a luta de várias Marias e de fazer referência àquelas que vieram antes de nós e que se uniram à luta contra esta construção racista e histórica”, explanou o co-vereador Jhonatan.
Ele ainda informou que no próximo domingo será celebrado o Dia de Tereza Benguela e explicou quem ela foi. “Mulher negra que transformou o Quilombo de Quaritetê em uma forma de parlamento para que pudesse ter uma participação popular. Justamente por conta disso foi perseguida e morta, como acontece até hoje. Basta lembrarmos da vereadora Marielle Franco. Até hoje não foi divulgado e nem foram esclarecidos os mandantes do assassinato e a causa dele”, assinalou Soares.
O último assunto tratado pelo co-vereador durante o discurso foi “Intolerância religiosa”, mais precisamente a intolerância às religiões de matriz africana. Jhonatan afirmou que presenciou ataques a um dos terreiros localizados no bairro Anjo da Guarda.
“Quero registrar os ataques a terreiros e a comunidades de matriz africanas que estão acontecendo em São Luís. No último domingo o Coletivo Nós, junto com várias autoridades religiosas, eclesiásticas, políticas e militantes sociais, foi ao terreiro de Pai Lindomar. Enquanto estávamos lá, nós presenciamos o terreiro sofrer ataques e ser apedrejado. Também ocorreram vários conflitos em volta daquela comunidade. Ficamos assustados e assustadas”, contou Soares.
Ao finalizar o discurso, Jhonatan Soares explicou que os seis co-vereadores do Coletivo Nós são cristãos católicos, porém todos têm o mandato em favor de todos os ludovicenses. “Apesar de sermos cristãos católicos, somos vereadores de São Luís. Somos vereadores de todas as pessoas: dos cristãos católicos, dos cristãos evangélicos, dos protestantes neopentecostais, da religião de matriz africana e, inclusive, dos ateus. O nosso Estado é laico, porém ele não é anti-religioso”, justificou.