Mês é voltado para a prevenção e a conscientização sobre as hepatites virais
Julho é dedicado ao combate das Hepatites Virais – inflamações no fígado que surgem em decorrência de ação viral. Para alertar a população, durante todo o mês, intitulado Julho Amarelo, são realizadas ações de combate às hepatites virais, através de campanhas de prevenção, testagem e vacinação. Por se tratar de um tema de interesse no Brasil, e no mundo, estão em vigor, hoje, na cidade de São Luís, algumas leis que tiveram origem no parlamento ludovicense.
A Lei N° 422, de 23 de outubro de 2016, da ex-vereadora Rose Sales, por exemplo, instituiu a Campanha Municipal Permanente de Esclarecimento e Prevenção de Contágio de Hepatites Virais. A iniciativa tem como objetivo levar informação à população, especialmente os agentes públicos da saúde, sobre os riscos das hepatites virais, bem como o tratamento adequado para cada tipo.
Existe ainda a Lei N° 6.602, de 18 de dezembro de 2019, do ex-vereador Cezar Bombeiro. A lei determina que as empresas, quer pública ou privada, vacinem os funcionários diretamente envolvidos na coleta de lixo, contra as Hepatites A e B, e Tétano. Além de trabalhar de forma educativa junto ao público-alvo, as empresas ficam sujeitas à multa mínima de 1 mil reais em caso de descumprimento.
Doenças silenciosas
As hepatites são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas. Em quadros mais graves, a doença chega a ser responsável pela morte de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, anualmente. Alguns casos podem apresentar cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras, esclarece o médico e vereador Dr. Gutemberg Araújo (PSC).
O vereador acentuou também que é um problema de saúde pública. Por isso, segundo ele, as campanhas do Julho Amarelo são importantes, principalmente, para a questão da prevenção. Gutemberg Araújo alertou ainda que os pacientes com hepatites virais não tratadas e que estão com Covid-19, têm um risco maior pela junção das duas doenças.
“E ainda temos o fator de que as hepatites podem evoluir para uma cirrose. Um paciente nesta condição, fica com a imunidade reduzida. Isso aumenta a possibilidade de contrair a Covid-19. Por isso, atenção aos cuidados: use preservativo em relações sexuais; tenha cuidado com a higiene dos alimentos; e mantenha exames de rotina, consultas médicas e vacinas em dia”, alerta Dr. Gutemberg.
Tipos de Hepatite
Tipo A: é causada pelo vírus VHA. É também conhecida como “hepatite infecciosa”, pois sua transmissão se dá em virtude do consumo de água ou alimentos contaminados. O diagnóstico é dado por exame de sangue.
Tipo B: é causada pelo vírus HBV, que pode ser encontrado em resíduos humanos como no sangue, esperma e no leite materno. O diagnóstico se dá por meio de exame de sangue específico.
Tipo C: é causada pelo vírus HCV, presente na corrente sanguínea do infectado. Também conhecida como hepatite “Não A e não B”. Detectável em exames de rotina.
Tipo D: é causada pelo vírus VHD, esse tipo da doença só manifesta na presença do vírus B (HBV). A transmissão ocorre em relações sexuais, de mãe para filho durante a gestação, o parto ou na amamentação, no compartilhamento de materias de uso pessoal ou transfusão sanguínea. É detectada por meio de teste.
Tipo E: É causada pelo vírus VHE, de incidência rara no Brasil, mas comum na Ásia e África. Transmissão feco-oral, se dá assim como na Hepatite A, através do consumo de água ou alimentos contaminados. A detecção se dá, igualmente, por exame de sangue.
Tratamentos
O tratamento depende do tipo de hepatite. É possível tratar a hepatite viral com medicamentos antivirais. É recomendado sempre procurar o médico, inclusive de maneira preventiva, e evitar o consumo de álcool em caso de suspeita da doença.
No caso da hepatite A, o tratamento é feito por meio de cuidados individuais e medidas preventivas. A condição desaparece por conta própria em um ou dois meses. Recomenda-se descanso e hidratação constante. Para tratar a hepatite B, é preciso observar a gravidade da doença. Em casos mais leves, a doença desaparece sozinha. Casos crônicos necessitam de medicação e até de um transplante de fígado. A hepatite C é tratada por meio do uso de antivirais contra o HCV. Em algumas pessoas, os medicamentos mais recentes podem erradicar o vírus.
Já para a hepatite D, existem alguns tratamentos específicos, embora diferentes regimes possam ser tentados. O controle também se concentra em cuidados médicos e paliativos. Por fim, a hepatite E, geralmente, se cura por conta própria de quatro a seis semanas. O tratamento se concentra em cuidados médicos e paliativos, reidratação e repouso.