Encontro com os sindicalistas debateu melhores condições salariais e de trabalho para os trabalhadores
Texto: Mirlene Bezerra
Uma audiência pública proposta pelo vereador Marcial Lima (Podemos) reuniu, nesta sexta-feira (26), na sede da Câmara Municipal de São Luís, representantes de sindicatos ligados ao funcionalismo público municipal. O objetivo foi debater sobre melhorias de salário e das condições de trabalho para a categoria.
De acordo o vereador, a audiência é importante, pois trata-se de um suporte para encaminhamentos ao Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF) e também para o Executivo Municipal e Mesa Diretora da Câmara de São Luís.
“Foi criada uma comissão pelo presidente Paulo Victor (PCdoB) para discutir a questão salarial de quem está na Casa. E aí propus esta audiência para que a gente possa ouvir os trabalhadores da Rede Municipal”, afirmou o parlamentar.
Um dos debatedores, o vice-presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de São Luís (SINFUSP-SL), Denison Sodré, fez uma explanação sobre o índice percentual de reajuste salarial, a defasagem da tabela de vencimentos, as perdas salariais acumuladas nos últimos anos e a ocupação de servidores efetivos em cargos comissionados no funcionalismo municipal.
“Em nome da diretoria do SINFUSP-SL, quero agradecer aos servidores públicos, representantes de entidades e autoridades presentes e, ainda, de todos que se dispõem a melhorar as condições salariais e de trabalho da categoria”, falou o sindicalista.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Câmara Municipal de São Luís (SINDISCAM-SLZ), Mauro Brandão, falou sobre a falta de valorização dos servidores municipais.
“Um dos pontos é que o servidor da casa não era olhado. A gente acompanhava da galeria, ou até mesmo pelo YouTube, discussões sobre vários agentes do executivo municipal e não sentíamos como se estivessem tratando da gente”, disse o servidor da Câmara, lembrando que um dos motivos da fundação do sindicato, em janeiro deste ano, foi exatamente ter esta voz que representasse o funcionário do parlamento municipal.
Mauro Brandão esclareceu ainda que o SINDISCAM-SLZ abrange os servidores efetivos, estáveis e aposentados, mas que a luta é de todo o corpo funcional. “Aqui há várias realidades. E a gente tenta, ao máximo, levar em conta estas realidades, porque entendemos que este é o nosso papel até porque esta é uma luta de classe”, pontuou, acrescentando que o sindicato quer integrar as discussões que envolva o funcionalismo municipal.
Já a presidente do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Municipal de Educação de São Luís (SINDEDUCAÇÃO), Sheila Bordalo, se ateve, principalmente, às condições de trabalho dos mais de 30 mil servidores do município.
“Se a gente for pensar em como estão as condições dos postos de saúde e das escolas, por exemplo, a gente vai encontrar inúmeros problemas”, alertou a sindicalista, observando que é necessário que o Legislativo Municipal se faça presente nas instituições públicas para ver e ouvir os trabalhadores.
Citando a Escola Felipe Conduru, no bairro do São Cristóvão, a sindicalista relatou que, mesmo tendo sido reformada recentemente, a unidade de ensino está parada há mais de dois meses para corrigir problemas da obra anterior. Ela chamou a atenção para servidores como os vigilantes, os agentes da limpeza, os assistentes sociais ou monitores e cuidadores escolares que, em termos de salário, jornada e condição de trabalho, vivem uma situação alarmante.
Saulo Arcangeli, da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), abordou, entre outros temas relacionados à discussão, a necessidade de um plano de carreiras e a situação dos prestadores de serviço.
“A gente sabe que os prestadores de serviço fazem também um excelente trabalho, mas sofrem um assédio muito forte. É preciso garantir o serviço prestado, mas que tenha concurso público, para que possa se oferecer um melhor serviço à população”, observou, criticando o prefeito Eduardo Braide (PSD) que segundo ele, não tem um bom diálogo com o funcionalismo público municipal.
Também fizeram parte das discussões a presidente do SINFUSP-SL, Lúcia Barbosa de Sousa, e o diretor de saúde e previdência da entidade, Norgênio Farias Neto, além de representantes de diversas outras organizações sindicais e de servidores da Rede Municipal, que foram acompanhar as discussões e dar suas contribuições.
Além de Marcial Lima, participaram ainda da audiência o vereador Pavão Filho (PDT) e os representantes do Coletivo Nós (PT), Jhonatan Soares e Raimunda Oliveira.