Parlamentar falou sobre democracia e teceu comentários sobre o relacionamento entre Executivo, Legislativo e Judiciário
O vereador Nato Júnior (PDT) teceu comentários acerca do cenário político no Brasil e se manifestou sobre a gestão do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de São Luís. O parlamentar pedetista utilizou um aparte cedido pelo vereador Francisco Chaguinhas (Podemos) para fazer uso da palavra no Grande Expediente.
Ao iniciar o discurso, Nato Júnior esclareceu que conhece o parlamentar do Podemos há mais de 10 anos e que Francisco Chaguinhas sempre foi um homem que possui posicionamento diante das questões. “Doa a quem doer, ele vai falar o que pensa”, afirmou.
Logo em seguida, o pedetista disse que, no entanto, discordaria respeitosamente do vereador Chaguinhas quanto ao uso e ao significado do termo democracia no atual cenário político nacional.
“Eu terei que discordar com todo o respeito do vereador Chaguinhas. A palavra ‘democracia’ nunca esteve sendo tão usada no nosso país e tão indo em contramão. Porque a palavra ‘democracia’ no Brasil agora depende de quem faz uso. Antes, ela tinha somente um sentido no dicionário. Hoje, depende de quem fala. Ela é usada para desmoralizar todo mundo. É utilizada para defender o povo. Então, tem temos ‘n’ sentidos”, assinalou Nato Júnior.
Ele ainda disse ficar preocupado quando escuta o vereador Chaguinhas falar que o Legislativo e o Judiciário limitam a atuação do Governo federal.
“Eu fico muito preocupado quando Vossa Excelência diz que o Legislativo e o Judiciário querem amarrar o presidente. Eu vejo, por exemplo, a situação do Congresso Nacional. Tanto o presidente da Câmara dos Deputados quanto o do Senado foram apoiados por Bolsonaro. Sobre o Judiciário, nada é feito fora da Lei. Cada juiz tem a discricionariedade para tomar decisões, de acordo com os autos. E isso eu não vou discutir porque eu não tenho acesso a esses autos”, ressaltou Nato Júnior.
Ele ainda analisou os impactos provocados pelo relacionamento que o presidente da República mantém com as demais instituições do País. “Mas o que a gente percebe é que a cada briga que o Bolsonaro, presidente da República, tem contra as instituições há impactos. O dólar dispara, os alimentos ficam mais caros e quem sofre é o povo nessa briga eterna” avaliou o pedetista.
Movimento – Nato Júnior também realizou uma observação acerca do movimento nacional previsto para acontecer em 7 de setembro. “Vai acontecer agora, dia 07, um movimento que é em favor da democracia, mas que ninguém sabe se é o começo de um golpe de Estado. Ficamos muito preocupados com essa situação do País. No entanto, verdadeiramente, torço para que o presidente tenha mais cautela e prudência, porque o tudo o que o presidente fala faz a agenda do país”, disse.
Ao finalizar o discurso, Nato Júnior comparou a atual gestão do Executivo Federal com a do ex-presidente Michel Temer e disse que o país vive hoje uma onda de instabilidade. “O ex-presidente Michel Temer, por exemplo, concedia uma entrevista por semana e estava tudo ok. Com todos os erros e acertos, foi um governo que estabilizou o país. Já hoje, nós temos essa onda de instabilidade. A qualquer momento o presidente dá alguma declaração no cercadinho e, como consequência, o dólar dispara e quem sofre é o povo”, concluiu.