Fátima Araújo lembrou o projeto Educar para Vencer, iniciativa que reforça o conhecimento de estudantes da rede municipal de ensino; Marquinhos falou do Aprova Curso, preparatório para o Enem e Uema/CFO que atende famílias carentes na periferia
Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no ano de 1967, como compromisso dos países em erradicar o analfabetismo, o Dia Mundial da Alfabetização, celebrado anualmente nesta quarta-feira, dia 8 de setembro, foi lembrado por vereadores da Câmara de São Luís.
A vereadora Fátima Araújo (PCdoB), que desde 2017 mantém o projeto Educar para Vencer, no Bairro João de Deus, destacou os desafios que a data representa. A parlamentar também falou da importância da alfabetização para o exercício da cidadania e lembrou sua iniciativa cujo objetivo visa reforçar o conhecimento dos estudantes da rede municipal de ensino.
“O Dia Mundial da Alfabetização é uma data para lembrar que ler e escrever são direitos essenciais quando o assunto é cidadania. Toda criança deve ter acesso à educação de qualidade para crescer como cidadão. Foi com esse objetivo que lançamos o projeto Educar para vencer”, afirmou.
Para o vereador Antônio Marcos Silva – o Marquinhos (DEM), idealizador do preparatório para o Enem e Uema/CFO denominado de Aprova Curso, também mantido pelo projeto social Viva Bem Mais, na Vila Luizão, criticou a política de educação da Prefeitura de São Luís, ressaltando que é preciso “investir mais em educação, e não reduzir [investimentos], como faz o governo Braide”.
“Só através da educação é possível mudar a realidade marcada por desigualdade e descaso. Com o Aprova Curso, iniciativa mantida pelo Projeto Viva Bem Mais, demos um grande passo. No entanto, ao invés de investir em projetos como esses que focam na educação, o prefeito fez foi cortar a parceria. Continuarei trabalhando muito para que iniciativas como essas possam beneficiar a população carente”, concluiu.
Números do analfabetismo
Segundo dados obtidos em 2019 da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) em Educação, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Maranhão possui 15,6% de taxa de analfabetismo entre pessoas
com 15 anos ou mais, correspondente a cerca de 823 mil habitantes.
Essa é a 4ª maior taxa de analfabetismo dentre as Unidades da Federação, menor apenas que as taxas apresentadas pelos estados de Alagoas (17,1%), Paraíba (16,1%) e Piauí (16%). A taxa de analfabetismo do Brasil era de 6,6%.
Analfabetismo em São Luís
Dentre as capitais brasileiras do Norte e Nordeste, São Luís foi a que apresentou a segunda menor taxa de analfabetismo no ano de 2016. Esse e outros dados estão presentes na Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (PNAD 2016), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os dados, a taxa de analfabetismo em São Luís foi de 2,6%, o que representava cerca de 22 mil pessoas, na faixa etária de 15 anos ou mais no ano de 2016. A cidade de Salvador (BA) foi a que teve a menor taxa, com 2,5%, entre as capitais do Norte e Nordeste. Em todo o Brasil, Curitiba (PR) foi a capital com o menor índice de analfabetismo: 1,1%.
Ainda na capital maranhense, os dados da PNAD mostram que metade dos analfabetos residentes na cidade naquele ano era de pessoas idosas. Dos 22 mil analfabetos de 15 anos ou mais de idade, 11 mil eram pessoas de 60 anos ou mais.
Origem da data
O Dia Mundial da Alfabetização foi criado em 8 de setembro de 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A data tem como objetivo ressaltar a importância da alfabetização para o desenvolvimento social e econômico mundial.
Importância da alfabetização
A alfabetização é a base da educação, que, por sua vez, é um direito humano fundamentado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). No entanto, o acesso ao ensino básico de qualidade ainda é uma realidade distante para muitas pessoas, que encontram dificuldades para se alfabetizar ou continuar os estudos pelas desigualdades sociais, por preconceitos diversos, por disparidades de gênero e tabus culturais.
Sem acesso à educação, não há desenvolvimento, não há pleno exercício da cidadania. Para buscar apoio de governos e organizações sociais, a ONU estabeleceu seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas em diferentes áreas a serem alcançadas até 2030. Educação de qualidade é o ODS de número 4 e tem como objetivo assegurar o direito à educação de forma inclusiva, para todos os gêneros e todas as idades, promovendo um ambiente escolar saudável e que vá além do letramento, tratando o ensino como método de formação cidadã.