Em pronunciamento, o vereador ludovicense também criticou a situação da saúde no Estado.
“Eu tenho acompanhado a rotina das UPAs e do Hospital da Ilha e não estou criticando, por questões políticas ou eleitorais, mas estou aqui falando de forma técnica e isso me preocupa muito, enquanto profissional de saúde”. Com estas palavras, o vereador Octávio Soeiro (Podemos) reforçou as críticas que fez ao sistema estadual de saúde durante pronunciamento realizado nesta segunda-feira, 25, na tribuna da Câmara Municipal de São Luís.
Na opinião do parlamentar, que também é odontólogo, a situação da saúde pública está cada vez mais precária, e não adianta divulgar propaganda, se as unidades de saúde não estão em condições de dar um atendimento adequado aos pacientes.
“O que me deixa preocupado é você divulgar algo em que a execução vem sendo totalmente diferente. Melhor do que proferir e falar, é fazer. Eu não estou falando de qualquer hospital. Estou falando do Hospital da Ilha, que é uma unidade de referência e, há poucos dias teve pelo menos duas alas inauguradas, mas até agora ainda não colheu frutos. Talvez [os resultados] ainda estejam apenas na propaganda”, frisou.
Octavio Soeiro explicou que tem maior respeito e admiração pelo governador Carlos Brandão (PSB) e acredita que o mandatário do executivo estadual tenha boas intenções, mas o que tem lhe preocupado são as regulações de casos simples, dos pacientes que chegam ao Hospital da Ilha para os Socorrões I e II.
“Ora, se eu tenho um hospital de porta aberta daquela magnitude para ajudar a capital e o Maranhão, mas se o paciente chega e imediatamente não consegue ser estabilizado hemodinamicamente, não consegue ser estabilizado para uma questão ortopédica ou não consegue ser encaminhado para os Socorrões I e II, então, para que serve o Hospital da Ilha?”, questionou o parlamentar.
Dentre os principais problemas constatados no hospital de referência, segundo o vereador, está a falta de capacidade de regulação para outras unidades de saúde. Ele cobrou responsabilidade e voltou a criticar uma propaganda institucional sem que haja compromisso com o cidadão.
“Isso me preocupa, enquanto ser humano, cidadão e profissional da saúde, que conhece a realidade da nossa capital e do Maranhão. Eu entendo que o Hospital da Ilha é de grande relevância para nosso estado, mas precisamos de responsabilidades com as pessoas que ali vão. A partir do momento que você divulga que o hospital de urgência e emergência está de porta aberta para receber os pacientes, independente dos casos, visando colaborar com essa rede que está sobrecarregada e extrapolada, temos que ter compromissos com isso. Não se pode ficar com oba, oba ou divulgando sem que haja compromisso com o cidadão”, concluiu.