Painel debate quilombo urbano como roteiro turístico nesta quinta, 13

Participaram do evento instituições do movimento negro e também, órgãos públicos e da justiça.

Proposta do vereador Raimundo Penha (PDT) propõe que o Quilombo Urbanos de São Luís seja integrado como espaço para o turismo. Para debater a proposição, o parlamentar realizará painel temático ‘Quilombo Urbano São Luís’, nesta quinta-feira (13), no Plenário Simão Estácio da Silveira, na Câmara Municipal de São Luís, a partir das 9 horas.

O objetivo da proposta é ampliar a oferta de roteiros turísticos, implementando uma rota cultural no maior quilombo urbano da América Latina, situado no bairro Liberdade. “Uma proposta que achamos viável debater e pensar que estas comunidades têm seu cotidiano, valores e peculiaridades que interessam o fazer turismo e são parte integrante da cultura do nosso Maranhão”, explicou.

O roteiro pelo Quilombo Urbano da Liberdade agrega os bairros Camboa, Diamante, Liberdade e Fé em Deus. O convite para participação no painel foi encaminhado a instituições do movimento negro e também, órgãos públicos e da justiça.

Quilombo Urbano

A Fundação Palmares, por meio da Portaria nº 192, de 13 de novembro de 2019 reconheceu a Liberdade como comunidade remanescente de quilombo.

O Território Liberdade Quilombola foi o primeiro quilombo urbano reconhecido no Maranhão e sua área abrange cinco bairros de São Luís – Liberdade, Camboa, Fé em Deus, Diamante e Sítio do Meio – com uma população de cerca de 160 mil moradores, constituindo-se num dos maiores quilombos urbanos da América Latina.

Com esse reconhecimento, é possível ter políticas públicas, de infraestrutura e qualidade de vida voltadas especificamente para a comunidade.

Histórico

O bairro da Liberdade surgiu a partir de 1918, com a criação do Matadouro Modelo, construído no Sítio Itamacaca, que foi de propriedade de Ana Jansen. A partir dos anos 1970, um grande afluxo de pessoas vindas de comunidades rurais quilombolas da Baixada Maranhense, de Alcântara e do Litoral Maranhense se estabeleceu no bairro, fazendo da Liberdade a maior população negra de São Luís.

Os moradores trouxeram manifestações da cultura popular tradicionais de suas comunidades de origem: Bumba Meu Boi, Tambor de Crioula, a festa do Divino Espírito Santo, festa de Santa Luzia, de São Cosme e Damião e grupos carnavalescos, especialmente blocos tradicionais.

O Boi de Seu Leonardo (Boi da Liberdade) de sotaque de zambumba, Boi de Seu Apolônio (Boi da Floresta) de sotaque da baixada são tradicionais da região. Tem destaque ainda, o reggae como grande concentração cultural. O Teatro Padre Haroldo – Centro Cultural Comunitário da Liberdade, no Viva Liberdade, é outro importante polo de cultura do bairro.