Vereadores destacaram quebra de acordo firmado pela prefeitura junto aos empresários e trabalhadores no TRT
Dois dos cinco vereadores que integraram a CPI do Transporte afirmaram, na sessão ordinária desta quarta-feira (16), que a população da Região Metropolitana poderá ter que enfrentar uma paralisação de motoristas e cobradores de ônibus em breve.
Responsável pelo relatório das investigações na Câmara Municipal de São Luís, Álvaro Pires (PMN) foi o primeiro a se manifestar sobre o assunto dizendo que a possibilidade de uma paralisação é real.
Na opinião do parlamentar, a quebra de um acordo firmado pela prefeitura junto aos empresários e trabalhadores no TRT, fez o fantasma da greve de ônibus rondar a capital maranhense.
“Hoje, nas primeiras horas do dia, eu fiz um alerta à população. Na última greve de ônibus que tivemos, a prefeitura de São Luís via TRT [Tribunal Regional do Trabalho], fez um acordo com os trabalhadores e empresários do sistema de transporte e, esse acordo, era de ajudar no percentual de 3% no salário dos trabalhadores do sistema, sendo que tudo isso foi lavrado em ata perante o Tribunal do Trabalho. E o que nos deixa triste é que hoje está completando 30 dias que estes trabalhadores não recebem salário, levando a um descumprimento do acordo e fazendo o ‘fantasma’ greve de ônibus voltou a assolar nossa cidade”, frisou.
Sugestões para custeio
De acordo com Álvaro Pires, várias modalidades de tarifas foram apresentadas no relatório da CPI, para que o custeio do sistema não saísse mais do bolso do trabalhador e nem do empregador. No entanto, segundo destacou, as medidas não foram levadas em consideração pela administração municipal.
“Eu fiz um baita de um relatório técnico, feito por esta Casa [durante as investigações da CPI], ajudado pelo grande vereador Chico Carvalho e, foi um dos relatórios mais técnicos que teve no país nesse momento difícil que o sistema de transporte passa e, infelizmente, eu acho que a prefeitura nem sequer leu o nosso relatório. A gente colocou várias modalidades de tarifas para que o custeio do sistema não saia mais do bolso do trabalhador e nem do empregador. Esse é o nosso papel, esse é o papel do vereador, a gente tem feito isso e, infelizmente, a prefeitura descumpre não só com a Casa, mas com a cidade”, completou.
O vereador Chico Carvalho (Avante), que foi presidente da CPI, também se manifestou. De acordo com o parlamentar, as sugestões apresentadas no relatório das investigações poderiam minimizar e ajudar o sistema de transporte a funcionar.
“Eu quero parabenizar o vereador Álvaro Pires por alertar mais uma vez sobre uma nova greve no transporte coletivo na cidade. Às vezes, a gente ouve falar mal da CPI, mas no final do relatório [das investigações] apresentamos várias sugestões para minimizar e ajudar o sistema de transporte a funcionar, infelizmente, eu acho que nem leram o relatório encaminhado da CPI
para a prefeitura e nós estamos vendo uma nova ameaça de greve que poderá trazer um caos para a sociedade ludovicense”, afirmou.
Sem culpa pelo caos
Chico disse ainda que a culpa pelo caos não pode ser da Câmara ou dos vereadores, uma vez que as sugestões apresentadas no relatório da CPI foram bastante elogiadas por membros da OAB, representantes do MP e segmentos da sociedade.
“A ameaça de mais uma greve que pode provocar um caos na população não é culpa da CPI [ou dos vereadores]. Nosso relatório com várias sugestões foi bastante elogiado por membros da OAB, representantes do MP e de segmentos da sociedade civil”, concluiu.