Evento faz alusão ao mês da Consciência Negra
Texto: Leandro Ferreira
Na manhã desta terça-feira (12), a Câmara Municipal de São Luís promoveu uma palestra com o tema “Racismo Estrutural e os desafios contemporâneos”. O encontro foi idealizado pelo Departamento Médico de Assistência aos Servidores e reuniu membros da comunidade, convidados e servidores para discutir sobre a discriminação e seus impactos na sociedade.
A assistente social Luciane Moraes, representando o Conselho Regional de Serviço Social do Maranhão (Cress-MA), apresentou o tema e conduziu a discussão.
Durante a palestra, Luciane traçou um histórico do racismo no Brasil, desde a época da escravidão até os dias atuais. A palestrante também detalhou os diversos tipos de racismo, destacando as diferenças entre o racismo institucional, individual, ambiental, recreativo, cultural, religioso e estrutural (discriminação racial sistemática presente nas estruturas sociais, políticas e econômicas de uma sociedade).
A assistente social também abordou os avanços da legislação brasileira no combate ao racismo, evidenciando a importância dessas leis para a construção de uma sociedade que seja mais justa e igualitária. Entre as legislações que foram citadas durante a palestra está a Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial.
Para Moraes, uma das principais formas de combate ao racismo é reconhecer que existe uma dívida histórica com as pessoas pretas do nosso país. “A partir do momento que a gente, primeiramente, reconhece que nós somos um país racista, que as pessoas pretas vivem em maior situação de vulnerabilidade social, que somos as pessoas que mais sofrem com o desrespeito de direitos sociais, civis e políticos, quando a gente reconhece tudo isso, aí estamos no primeiro ponto para combater o racismo”, pontuou.
A palestrante também enfatizou a importância da população negra ocupar espaços de poder, especialmente na política. Ela ressaltou que a representatividade é crucial para a criação de políticas públicas que realmente atendam às necessidades da população negra. “Quando nós temos os nossos lutando por nós fica tudo mais fácil”, afirmou.
A servidora Giselle Lima, do Departamento de Material e Patrimônio, acompanhou a palestra e ressaltou que o tema abordado é de suma importância e realmente precisa ser debatido. “Quero lembrar que não só esse mês de novembro, no mês da consciência negra, mas durante todo o ano devemos ter mais respeito com o próximo. A palestra foi ótima, espero que tenha mais eventos assim”, disse.
Para encerrar o evento de forma mais leve, após abordar um tema tão denso como o combate ao racismo, o grupo de capoeira Congo Aruandê, sob a liderança do instrutor Mestre Negão, realizou uma apresentação com dinâmicas que envolveu todo o público presente. Fundado em 1988 e com uma história de diversos projetos sociais na comunidade Vila Nova, o grupo Congo Aruandê proporcionou um momento de celebração da cultura afro-brasileira.