Desde a pandemia o parlamento municipal já apreciou cinco proposições sobre o tema
Texto: Suellen Soares
Desde 2013, a Campanha Setembro Amarelo atua na prevenção ao suicídio. A iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, incentiva o amplo debate das questões ligadas à saúde mental.
A Câmara de São Luís endossa a causa, que este ano tem como lema “Se precisar, peça ajuda!”, por meio de suas proposições. Só no período pós-pandemia foram apreciados cinco projetos de lei que tratam sobre o tema.
O vereador Ribeiro Neto (Sem partido) quer instituir com o Projeto de Lei nº 312/21 a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate à depressão, à automutilação e ao suicídio no projeto pedagógico das escolas públicas do município de São Luís.
É também de sua autoria o Projeto de Lei nº 250/21 que institui oficialmente a campanha Setembro Amarelo e o Dia Municipal de Prevenção ao Suicídio no calendário oficial da capital.
Já o vereador Andrey Monteiro quer instituir essas ações por meio do Programa de Combate e Prevenção ao Suicídio de Jovens e Adolescentes nas Escolas Públicas de São Luís. É dele a autoria do Projeto de Lei nº 295/21.
O vereador e médico Dr. Gutemberg é autor dos Projetos de Lei nº 189/19 e 193/19 que instituem, respectivamente, a Semana Municipal de Prevenção e Combate ao Suicídio e a Semana Municipal de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.
“O Estado tem papel relevante para o tratamento desse transtorno, identificando possíveis sintomas, acompanhando e oferecendo possibilidades de recuperação aos que necessitem, este é o principal objetivo dessas proposições de valorização da vida”, declarou.
Uma realidade mais urgente do que nunca
A última pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, mostra que mais de 700 mil casos de suicídio foram registrados ao redor do mundo, sendo quase 14 mil apenas no Brasil. Isso significa em média uma perda de 38 pessoas por dia.
A própria OMS alerta que todos os anos mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios. A pesquisa trabalha apenas com dados notificados, a estimativa é que o número real de casos chegue à marca de um milhão de ocorrências.
Encontre ajuda
De acordo com os dados da cartilha “Informando para prevenir”, publicada pela ABP e pelo CFM, 96,8% dos casos de suicídio registrados estão associados com histórico de doenças mentais, que podem ser tratadas.
Para casos urgentes, é possível obter ajuda pelo número 188 e entrar em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) ou acessando o www.cvv.org.br. Atendimento disponível 24 horas por telefone e nos seguintes horários por chat: domingo – 17h à 01h, segunda a quinta-feira – 09h à 01h, sexta-feira – 15h às 23h, sábado – 16h à 01h.
Cabe ressaltar que o atendimento não é voltado para pessoas em crise suicida. Nesses casos, o paciente deve ser tratado, imediatamente, no hospital mais próximo.