Parlamentar registrou a presença de representantes de religiões de matriz africana na galeria da Câmara.
Texto: Leandro Ferreira
Em pronunciamento na sessão ordinária desta quarta-feira, 20, a vereadora Silvana Noely (Mais Brasil) falou sobre intolerância religiosa.
A parlamentar informou que os principais alvos de intolerância religiosa são os membros do Candomblé, com 30% dos casos, e da Umbanda, com 22%. “São pessoas que têm sido atacadas frequentemente”, frisou.
Ela lembrou de um caso ocorrido em Sobradinho, no Distrito Federal, onde duas pessoas provocaram um incêndio em um Centro Espírita.
“Essas pessoas estão cumprindo pena de 4 anos de reclusão e mais 13 dias de multa. Isso serve para todas as religiões. O que eu fico mais impressionada aqui nesta Casa Legislativa é que quando alguém fala sobre religião de matriz africana ou Candomblé, ou quando se tem algum projeto de lei voltado para essas religiões, os vereadores aqui se recusam até mesmo a ouvir”, ressaltou.
Silvana Noely ainda informou que está elaborando um projeto de lei que visa proibir som em alto volume em frente e nas proximidades de templos, igrejas e centros religiosos. “Da mesma forma que é proibido som em porta de maternidade e escola, a gente vai criar um projeto de lei para que essas manifestações religiosas, independente de qual seja a religião, sejam respeitadas”, disse.
Por fim, a parlamentar registrou a presença de representantes de religiões de matriz africana que estavam acompanhando a sessão da galeria e informou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara vai recebê-los para dialogar sobre o tema da intolerância religiosa.
“Eu não sou católica, eu não sou umbandista. Há cerca de um ano voltei para a igreja Batista, onde me congregava, e nem por isso eu vou desrespeitar a religião de qualquer pessoa. Eu acho que o respeito é a base de tudo. E não tem coisa melhor do que ver a fé da outra pessoa, independentemente de onde ela tá depositada”, concluiu.