Marquinhos diz que é preciso discernimento espiritual para um diagnóstico da geopolítica brasileira; Jhonatan Soares rebateu afirmando que a política não era um espaço para maniqueísmo
Os vereadores Antônio Marcos Silva – o Marquinhos (DEM) e Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT), protagonizaram um debate entre ‘esquerda e direita’ na manhã desta segunda-feira (30/08), durante sessão plenária na Câmara Municipal de São Luís.
Primeiro a se manifestar, o vereador Marquinhos ocupou a tribuna no espaço do grande expediente para parabenizar seu colega Francisco Chaguinhas (Podemos) pelas abordagens sobre a Geopolítica – ramo da geografia que interpreta a realidade global envolvendo o estudo de guerras, conflitos, disputas ideológicas e territoriais, questões políticas, acordos internacionais, etc.
“É preciso discernimento espiritual para fazer um diagnóstico e uma leitura real do mundo e da geopolítica brasileira. E aqui, quando um vereador vem a essa tribuna, e traz a discursão destas duas vertentes da democracia, que é à esquerda e direita. Eu sei que para muitos, o que defendemos [sobre a direita] pode ser considerado bobagem, mas só entende quem tem discernimento da parte de Deus”, declarou.
De acordo com o líder do DEM na Casa, o Brasil é um país conservador e cristão. Neste sentido, segundo ele, é preciso lutar até o fim para defender os princípios que acredita como ideais afirmando, inclusive, que dessa maneira o bem vai vencer o mal.
“O Brasil é um país conservador e cristão. Vamos lutar até o fim para defender aquilo que nós acreditamos. Quem tem família nesse país, vai defender a família. Quem tem princípios neste país, vai defender nossos princípios. E é dessa maneira que o bem vai vencer o mal”, completou o parlamentar.
Durante o discurso, o co-vereador Jhonatan Soares, do Coletivo Nós (PT) pediu aparte para contrapor o colega pelo tema abordado na tribuna, transformado o debate em queda de braço ideológica entre esquerda e direita.
“Vez por outra, nós ecoamos o nome de Deus para justificar nosso ponto de vista. E sob essa égide, precisamos pontuar duas coisas: a gente precisa entender que estamos numa Casa laica e porque o Estado é laico? O laicismo não é contra nenhuma religião, muito pelo contrário, visa um espaço para diversidade e para amplitude”, afirmou.
O co-vereador destacou ainda que é preciso cautela para não fortalece um discurso de polarização, como se o Mundo, o Brasil, o Maranhão ou São Luís, estivessem divididos em dois campos: esquerda e direita.
“Nós não somos apenas vereadores só dos ludovicense cristãos. Porque estou usando isso como exemplo? Porque muitas das vezes, em nossa fala, pontuamos a questão religiosa sempre trazendo à tona o maniqueísmo, trazendo a questão do bem e do mal, fortalece um discurso de polarização, como se o mundo, como se o Brasil, o Maranhão e São Luís, estivessem divididos em dois campos: esquerda e direita”, disse.
O parlamentar petista encerrou o debate pontuando que a política não era um espaço para maniqueísmo, filosofia religiosa que divide o mundo entre bom, ou Deus, e mau, ou o Diabo.
“Nesse maniqueísmo do bem e do mal, dividimos as pessoas em quem é bom e quem é mal; quem é direita e esquerda ou quem está do meu lado ou quem está contra mim. A política não é um espaço onde a gente divide as pessoas. A política não é um espaço para a gente fazer isso, pois a história está aí para mostrar isso. Hoje, quem está de um lado, amanhã pode não estar ou vice e versa”, concluiu.