Texto: Acsa Serafim
O vereador Wesley Sousa (PSB), em discurso na sessão ordinária desta segunda-feira (13), trouxe ao plenário um panorama da estrutura social precária e desigual, em São Luís, que envolve a vida das mulheres que são mães.
O parlamentar pontuou que na capital maranhense existem cerca de 70 mil mulheres a mais do que homens, e que a maior parte da população feminina é formada por mulheres negras, pobres, que vivem em aglomerados urbanos com condições precárias.
“Essas mulheres, que vivem na capital com menor renda média do país, também têm rendas menores do que as dos homens, criam seus filhos na maior parte das vezes sem o pai, andam de ônibus na cidade com a pior mobilidade urbana do Brasil. Além disso, trabalham ainda cerca de 7,5 horas a mais do que homens em função da dupla jornada sustentada pela estrutura social que temos hoje”, destacou.
Relembrando versos da canção “Mama África”, do cantor paraibano Chico César, para ilustrar a dupla jornada de cuidados dos filhos e trabalho para sustento, Wesley Sousa também destacou que, para além dos dados, é necessário que as discussões resultem em melhorias concretas na vida diária das pessoas.
“Trago esses dados porque é preciso chamar a atenção sobre o debate da cidade, sobre as condições em que essa mulher, mãe, vive hoje. As condições da iluminação pública, por exemplo, jogam contra a vida dessa mulher, que já é violada das mais diversas formas. É disto, portanto, que vem a necessidade de que as instituições e o Poder Público olhem para essa mulher”, afirmou.
O vereador encerrou o discurso afirmando que é importante render homenagens em alusão ao Dia das Mães, mas é fundamental que se pense nas políticas públicas que impactam diretamente a vida social.
“Temos hoje 35 obras federais paralisadas ou canceladas em nossa cidade, sendo 10 delas obras de construção de creches. Em regiões onde há creches a atividade econômica dessas mães é 50% maior porque elas podem estudar e trabalhar e, assim, melhorar sua realidade. Por isso, precisamos investir em condições sociais que, de fato, transformem a vida das pessoas”, concluiu.